18, Fevereiro 2019
A Cozinha por António Loureiro
Recentemente distinguido com uma estrela Michelin, depois de ter sido premiado com um Garfo de Prata, no Guia Boa Cama Boa Mesa 2018, o restaurante A Cozinha por António Loureiro tornou-se (ainda) mais incontornável em Guimarães.
Recentemente distinguido com uma estrela Michelin, depois de ter sido premiado com um Garfo de Prata, no Guia Boa Cama Boa Mesa 2018, o restaurante A Cozinha por António Loureiro tornou-se (ainda) mais incontornável em Guimarães.
A celebração é ainda maior pelo facto de o chefe ter aqui nascido e regressado há um par de anos para dar a conhecer pratos de autor, com fortes raízes tradicionais.
A sala principal é pequena, mas enorme na experiência que promove. Cores neutras e um ambiente agradável, em que dá gosto participar, tentando sempre que possível espreitar a azáfama que toma conta do fogão, dos tachos e das panelas.
Pode pedir propostas à carta ou escolher um dos três menus de degustação: “Tradição”, que explora territórios consensuais e familiares; “Momentos”, com um interessante conjunto de criações mais contemporâneas e de nova cozinha; e “Estação”, em que o chefe aprofunda uma das suas características: o privilégio da sazonalidade dos produtos.
Ao optar pelos produtores locais, ganha a economia e reduz-se a pegada ecológica. E a sazonalidade permite extrair “a máxima potencialidade de cada produto, dos tomates aos peixes”. António Loureiro preocupa-se em adquirir peixe com quotas mais altas e produtos menos nobres e vistosos, como a raia. Aqui, “não se compra nenhum artigo à caixa, só a quantidade necessária”, explica António Loureiro, que desde o primeiro dia monitoriza a redução de lixo produzido, e os consumos de eletricidade e de água.
O recurso a produtos regionais e locais e ao que “a Mãe Natureza oferece” em cada momento também contribuiu para a distinção do restaurante, que tenta otimizar ainda mais a política de desperdício zero. No prato de robalo, por exemplo, as espinhas e as partes dos legumes que sobram aproveitam-se para fazer um molho de caldeirada. “Não se desperdiça nada e enriquece-se o prato com todos aqueles aromas”, explica o chefe. Com o coelho acontece algo idêntico: serve-se o lombo e “faz-se um enchido com as peles, pernas e carcaças”, e dá-se “continuidade” à tradição minhota do fumeiro.
Largo do Serralho, Guimarães. Tel. 253 534 022