17, Janeiro 2020
Attla: uma viagem gastronomicamente sustentável
Minimalista,
biológico e curioso. Três adjetivos que descrevem na perfeição o restaurante
situado numa das principais ruas de Alcântara, em Lisboa, mas que transporta
quem o visita para uma travessia à volta do mundo.
Minimalista, biológico e curioso. Três adjetivos que descrevem na perfeição o restaurante situado numa das principais ruas de Alcântara, em Lisboa, mas que transporta quem o visita para uma travessia à volta do mundo.
Para se ir ao Attla é preciso manter a mente aberta para embarcar numa autêntica viagem gastronómica. O nome vem de Atlas e de Atlântico, daí os dois tês. Não vai reconhecer todos os alimentos da carta, que muda a cada 15 dias, e será surpreendido pela junção de sabores, provenientes dos quatro cantos do mundo. “Há coisas tão boas em tantos sítios. Gosto de pegar nas culturas e nas cozinhas todas, no melhor de tudo, e juntar num só com o meu gosto pessoal”, diz o chef André Fernandes para descrever o conceito por detrás da comida que faz no restaurante.
É também através da simplicidade que o chef transmite a mensagem subjacente aos seus pratos. Assim sendo, no Attla todos os alimentos utilizados são biológicos e produzidos por pequenos produtores, na sua maioria nacionais, que respeitam, sempre que possível, a sazonalidade. “O que me interessa é ter um produto final bom, com bons vegetais produzidos por pessoas que tenham amor e cuidado com aquilo que estão a fazer. Nós trabalhamos o biológico por ser bom para o planeta, e não por ser uma ‘moda’. Senti essa necessidade, porque quando estamos no meio da cidade perdemos completamente a noção de ‘natureza’”, explica André.
Além de os produtos serem o mais orgânicos possível, a sustentabilidade aliada à gastronomia não fica por aqui. “Na cozinha, nós tentamos reutilizar tudo, não digo a 100% porque é difícil, mas tentamos”. Por exemplo, de uma abóbora utilizam tudo, desde a casca, até às sementes, para confecionar vários pratos que compõem o menu. Mas se pensa que os resíduos alimentares não têm direito a uma segunda vida, engana-se: é que são levados para algumas quintas no Alentejo, para servirem de composto.
Reciclagem também se faz no Attla, mas não há muitas embalagens porque o restaurante procura reduzir ao máximo o seu uso. Ainda assim, as que ficam são depois separadas e colocadas nos respetivos ecopontos.
Reaproveitar é palavra de ordem, desde a comida até à decoração deste restaurante. Por exemplo, as mesas do Attla são o antigo chão de um apartamento no Chiado e as cadeiras eram de uma escola no Porto, tendo sido restauradas pela equipa. Um espaço despido de grandes ornamentos, mas em tons terra que conferem o conforto necessário a quem entra.
Por agora, só pode embarcar nesta viagem para jantar. Mas com a garantia de que é uma viagem sustentável.
Attla
Rua Gilberto Rola, 65, Lisboa
Tel.: 211 510 555