Nas Corkshack Marvão Ecolodges, a sustentabilidade começa no respeito pelo passado e a cultura do local, e reforça-se com a utilização de painéis solares

As Ecolodges são duas cabanas assumidamente modernas, mas foram feitas à imagem das tradicionais choças, construções que remontam à Idade do Ferro, há mais de dois mil anos. Eram comuns nesta parte do Alentejo, tendo sido usadas como habitação e depois como armazéns.

Construídas com a ajuda de trabalhadores locais, as estruturas do projeto de Dewi Jones e da mulher, Clare, são circulares e afunilam em cone na parte superior, como as choças. Porém, em vez de pedra, as paredes são revestidas a cortiça, que funciona como um isolamento natural ao nível acústico e térmico, diminuindo também a utilização do ar condicionado. O teto é coberto a colmo natural.

Além de suportar o teto, a madeira está presente nos decks privados e mobiliário. Olhe em volta e preste atenção aos sinais de que aqui se cuida do meio ambiente, como a cestaria onde se colocam as toalhas e os chapéus de palha pendurados. Preservaram-se as árvores de fruto, como nogueiras, oliveiras, cerejeiras, figueiras e tangerineiras, que dão sombra e perfumam o ar. Os hóspedes têm até acesso a azeite produzido com estas azeitonas, a bem da economia circular. À chegada, podem usufruir de um vinho alentejano e nozes, estando em equação outros produtos gourmet da região, como o queijo e o presunto.

Dewi optou pela gravilha em algumas áreas exteriores, em vez da relva, porque “não se queria gastar muita água em regas”. Poupanças importantes, tal como a decisão de deixar os terrenos nas imediações como eram. Era da maneira que podiam continuar a admirar os dourados no verão, os verdes na primavera, e a desfrutar de um Alentejo “o mais natural possível”. Os hóspedes são também incentivados a separarem os resíduos e a colocarem-nos nos contentores adequados, à entrada da propriedade.  

Dois painéis solares garantem o funcionamento da bomba da piscina. Pode nadar à vontade, sem alergias ou irritações na pele, já que a piscina é tratada sem cloro. Optou-se pela empresa Hidrion e um tratamento baseado na ionização da água: em vez de químicos nocivos, produzem-se iões de cobre com “ação germicida, algicida e floculante”, reduzindo ao mesmo tempo os gastos com a manutenção.

Estas cabanas, com casa de banho e kitchenette equipada, são confortáveis e ideais para duas pessoas. Têm wi-fi, churrasco e comodidades para estadias de luxo. Moram no meio da natureza e é para ela que se orientam as experiências na zona, seja a pedalar sobre carris de uma antiga linha de comboio, a fazer circuitos micológicos, de interpretação da natureza e aventura, passeios a cavalo, caiaque e stand-up paddle ou observação de aves. O alojamento aderiu também ao projeto Guardiões do Alentejo, assente no desenvolvimento turístico de forma integrada, sustentável e não massificada.  

Estrada da Casa Nova, 9, Escusa, Marvão
Tel: 937 980 013