25, Setembro 2020
Há cinco vales glaciários para descobrir em Portugal
Há 20 mil anos, onde é hoje a Serra da Estrela, estendia-se uma placa de gelo de 70 km2 e 80 metros de espessura. Com o aquecimento atmosférico que se seguiu, a neve começou a derreter e os blocos graníticos foram sendo arrastados, esculpindo, na paisagem que ainda hoje podemos ver, cinco vales glaciários: Zêzere, Alforfa, Loriga, Covão Grande e Covão do Urso.
Há 20 mil anos, onde é hoje a Serra da Estrela, estendia-se uma placa de gelo de 70 km2 e 80 metros de espessura. Com o aquecimento atmosférico que se seguiu, a neve começou a derreter e os blocos graníticos foram sendo arrastados, esculpindo, na paisagem que ainda hoje podemos ver, cinco vales glaciários: Zêzere, Alforfa, Loriga, Covão Grande e Covão do Urso.
O que propomos é que, num passeio pelo centro do País, descubra a natureza envolvida nestas paisagens esculpidas pelo degelo. Há mesmo uma rota que pode ajudar a organizar a viagem.
O Vale Glaciário do Zêzere situa-se em Manteigas: aqui pode observar, ao longo de 13 km, ingremes encostas e rochedos graníticos, as paisagens de pasto, as casas serranas e a vila. Para melhor explorar a paisagem, existem trilhos que levam à descoberta do Vale de Candeeira e ao sopé do Cântaro Magro, onde se encontra o Covão de Ametade, que era uma antiga lagoa glaciar.

Na Covilhã, o vale de Alforfa convida os visitantes a admirar os enormes blocos rochosos provocados pelo degelo e que se situam junto das antigas línguas glaciárias. Há um percurso que tanto pode ser percorrido a pé como de carro, e que parte da Torre da Serra da Estrela, dá a conhecer o Covão do Ferro, a Barragem do Padre Alfredo, o Covão da Mulher, entre várias outras paragens até Unhais da Serra.

No Vale de Loriga, a paisagem divide-se entre os altos penhascos, as encostas escarpadas e os profundos covões. Uma vez nesta zona, não deixar de visitar o Covão da Areia, assim denominado pelo aspeto mais árido, bem como a Garganta de Loriga e as penhas do Gato e dos Abutres, localizados a 1771 e 1822 metros de altitude, respetivamente.

Para percorrer a Nave Travessa, agora um vale suspenso, mas que no auge da glaciação tinha uma língua de gelo de 5,5 km, ou as margens da Lagoa Comprida, onde há vestígios de que a profundidade da neve atingiu os 150 metros, terá de visitar o Covão Grande, na Covilhã.
Não deixe de conhecer o Covão do Urso, que apresenta a maior moreia da serra, isto é, o maior conjunto de rochas transportadas pelo degelo do glaciar, que se prolonga por cerca de três quilómetros. Aqui, pode apreciar a paisagem de montanha, passar pelo famosos Covão dos Conchos e pela Barragem do Vale do Rossim.
Com vontade de ir? Embarque, pois, nesta viagem e conheça os vestígios da era glaciar, mas não se esqueça de, pelo caminho, não deixar marcas da sua passagem.