Estamos em contagem decrescente para o fim do ano e, nesta altura, que é para muitos de férias, uma pequena viagem à descoberta dos recantos do nosso país pode ser uma ideia a não perder. A Madeira é, aliás, um dos destinos preferidos, pelo que não podíamos deixar de partilhar um par de sugestões bem sustentáveis para visitar o arquipélago da forma mais ecológica possível. Ora, tome nota!

O que visitar na Madeira

O arquipélago da Madeira não o vai desapontar. Aqui há um pouco de tudo para fazer, desde passeios turísticos a atividades de aventura e natureza. Há sempre a hipótese de utilizar transportes públicos, pelo que não há desculpas para dizer não à sustentabilidade.

Vamos aos pontos de interesse que não pode mesmo perder:

Teleférico do Monte

Para uma vista panorâmica sobre o Funchal, uma viagem de teleférico é a melhor solução. Neste passeio, os visitantes têm a oportunidade de avistar uma encosta verdejante com o mar como pano de fundo e de observar a harmonia entre os espaços verdes e a urbanização que caracterizam a cidade jardim. O percurso termina no Monte, onde há diversos pontos de interesse a explorar.

Não deixe de visitar o jardim tropical Monte Palace Madeira e de se encantar pela coleção de plantas exóticas, de origens diversas, juntamente com cisnes, patos e pavões que circulam livremente.

Pessoas a andarem no teleférico do Funchal

Os carros de cestos

E, uma vez que apanhou um transporte para subir ao Monte, o melhor é apanhar outro para descer. Sugerimos-lhe os carros de cesto. O percurso de dois quilómetros faz-se em dez minutos de muita diversão, embalados em cestas de vime e madeira produzidos artesanalmente. Caca um leva duas a três pessoas e são controlados por dois carreiros, vestidos de branco, com chapéu de palha na cabeça. E porque é mesmo a descer, os carreiros são os próprios travões, recorrendo às suas botas com grossas solas de borracha.

Carros de cesto de vime típicos do Funchal

As levadas

Falar da Madeira sem mencionar as suas levadas não seria a mesma coisa. E o que são? São percursos criados para conduzir a água nas direções mais convenientes, tendo surgido no século XV com o objetivo “levar” este recurso das zonas mais chuvosas, a norte, para as mais a sul, de forma a abastecer as plantações.

Hoje, são destino de caminhantes de todo o mundo. Um pouco por todo o arquipélago há percursos destes para explorar a natureza envolvente. Deixamos-lhe duas sugestões:

Levada dos Balcões

O percurso acompanha a levada da Serra do Faial dando acesso ao Miradouro dos Balcões. Por aqui, além da vegetação, como plátanos e carvalhos, podem observar-se algumas aves, como o tentilhão, que é típico da ilha, o melro-preto, o bis-bis, o papinho ou a manta. Este percurso é dos mais simples e curtos, com apenas três quilómetros. E a vista do miradouro compensa.

Características:

  • Tipo de percurso: linear
  • Distância: 3Km
  • Dificuldade: Fácil
  • Inicio: Ribeiro Frio | 32°44’08.6″N 16°53’07.9″W
  • Fim: Balcões | 32°44’30.4″N 16°53’25.4″W

Levada do Caldeirão Verde

Para quem quer partir à descoberta do interior da ilha, este trilho é o ideal. A levada tem início no leito principal da Ribeira do Caldeirão Verde e atravessa as escarpas e montanhas para fazer chegar a água aos terrenos agrícolas da freguesia do Faial. Entre a vegetação local e protegida e as espécies de aves que ali habitam, os aventureiros vão passar por quatro túneis com diferentes extensões até chegarem ao Caldeirão Verde, cujo lago é formado pela água projetada do Ribeiro do Caldeirão a uma altura de 100 metros.

Levada do Caldeirão Verde na Madeira

Características:

  • Tipo de percurso: linear
  • Distância: 17,4 Km (ida e volta)
  • Dificuldade: Média
  • Duração: 5:30 horas
  • Inicio: Parque Florestal das Queimadas | 32°47’01.6″N 16°54’19.4″W
  • Fim: Caldeirão Verde | 32°46’57.3″N 16°54’06.5″W

Outras atividades para conhecer a natureza da Madeira

Observação de aves

Para os fãs de todas as espécies de pássaros, no arquipélago da Madeira há vários pontos e rotas onde pode observar aves de diferentes espécies. Quer na ilha da Madeira, quer na de Porto Santo, vai encontrar algumas áreas classificadas, como a Reserva Biogenética e Património Mundial Natural, lugares onde a possibilidade de avistar aves terrestres ou marinhas, algumas delas raras no mundo, é muito elevada.

Geocaching

Sozinho ou em grupo, ponha o seu GPS ou o smartphone na mão e parta rumo à aventura de geocaching pela Madeira. Se é fã de caça ao tesouro, esta atividade é para si: comece a procura por “geocaches” ao mesmo tempo que admira os percursos e as paisagens que o arquipélago tem para oferecer.

Porto Santo

Para visitar o Porto Santo pode apanhar o ferry. Depois, pode explorar a ilha através de dois trilhos: o que vai de Vereda do Pico Branco até Terra Chã e o que leva de Moledo a Pico Castelo. Ambos de dificuldade fácil, o primeiro dá a conhecer as mais bonitas vistas panorâmicas da ilha. Ao longo de mais de dois quilómetros, os visitantes passam por diversos miradouros naturais, de que são exemplo calhau da Serra de Dentro, Pico do Maçarico, o Espigão dos Morenos, a Calheta e o Ilhéu de Baixo.

Vista de um trilho em Porto Santo, Madeira

O segundo caminho é ligeiramente maior, dista quase quatro quilómetros só de ida e tem duas variantes: pode ser feito pelo lado norte ou pelo sul do Pico do Facho. Este último é o maior percurso, atravessando-a pela base. Quer opte por uma ou outra direção, o trilho vai levá-lo a conhecer as paisagens da ilha em comunhão com a fauna e flora existente.

Percurso de Vereda do Pico Branco até Terra Chã

  • Tipo de percurso: linear
  • Distância: 2,7 Km (ida e regresso)
  • Dificuldade: Fácil
  • Inicio: ER 120 
  • Fim: Terra Chã

Percurso de Moledo a Pico Castelo

  • Tipo de percurso: linear
  • Distância: 3,2 Km hipótese mais curta ou 4,6 km, mais comprida
  • Dificuldade: Fácil
  • Inicio: Moledo
  • Fim: Miradouro do Canhão

Onde ficar na Madeira

Com tantas atividades de natureza, não podíamos deixar de sugerir uma estadia também ela sustentável. Na Quinta Alegre o ambiente é familiar e a equipa é constituída por habitantes da Calheta e defensores de caminhadas, o que significa que há sempre um segredo ou uma dica que pode aproveitar para explorar mais um recanto desta pérola do Atlântico.

Este hotel opta por escolhas amigas do ambiente no que diz respeito à gestão de recursos e minimização de impactos. Utiliza energia proveniente de painéis fotovoltaicos e possui uma estação de tratamento de água, o que permite reciclar águas residuais e reutilizá-las para regar o jardim. Do jardim à horta, muitas das frutas e hortícolas crescem no próprio hotel, já a carne chega de produtores locais.

Aqui defende-se sempre uma boa caminhada: afinal, o hotel encontra-se a uma curta distância da  Laurissilva da Madeira, a paisagem protegida pela UNESCO. Ali perto fica a levada da Calheta, estando disponível um guia para ajudar quem prefira companhia para explorar os cerca de 40 km de percurso.

Quinta Alegre

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Há também no hotel carros elétricos e postos de carregamento, bicicletas de montanha ou elétricas, para que os hóspedes possam explorar a ilha sem emitir CO2 para a atmosfera.

A juntar a todos estes motivos, a ilha da Madeira está a festejar o Natal e o Ano Novo até 9 de janeiro. Luzes, mercados, música da época e o espetáculo de fogo de artificio icónico são mais algumas razões para juntar à lista e visitar o arquipélago nestas férias. É a não perder.