Com as férias do Natal e o frio a apertar, rumar à Serra da Estrela em busca de neve e outras atividades parece uma ideia bem apropriada para esta época. Pois bem, e que tal juntar-lhe um pouco de sustentabilidade? A RECICLA sugere-lhe um guia amigo do ambiente pelo ponto mais alto de Portugal continental. Alinha?

Onde ficar na Serra da Estrela

Casa Cerro da Correia

Construída em estreita relação com a natureza, a Casa Cerro da Correia encontra-se numa floresta de pinheiros, carvalhos e castanheiros. Aqui as preocupações com a comunidade e com o ambiente caminham lado a lado para que a atividade turística seja o mais sustentável possível.

Um jardim repleto de plantas autóctones e uma horta para cultivo de frutas e legumes sem recurso a químicos são apenas dois dos exemplos. Mas há mais.

Utilizam energia solar sempre que possível e têm em vista a redução do desperdício alimentar. As sobras de frutas e legumes são encaminhadas para a compostagem para se transformarem em adubo que alimenta a horta. Em vez de comprar novos móveis para a decoração, procuram integrar mobiliário antigo da própria casa ou de familiares. Já nos quartos, os artigos de higiene são disponibilizados em dispensadores.

Cerro da Correia

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As atividades aqui sugeridas são profundamente culturais: os hóspedes têm a possibilidade de passar um dia com um pastor, com um apicultor ou com uma queijeira. Podem ainda realizar piqueniques organizados pelo hotel e deliciar-se com produtos locais e adquiridos em estabelecimentos da região. 

Casa do Fundo

A Casa do Fundo, um alojamento de ecoturismo em Seia encontra-se no sopé do Parque Natural da Serra da Estrela. Aqui os espaços interiores e exteriores convidam à calma e à comunhão com a natureza. A cozinha e restantes áreas são abertas a todos os hóspedes, há espaço para as crianças brincarem e os animais de estimação são bem-vindos. Não há é espaço para loiça descartável, pelo que, por exemplo, se quiser guardar o que sobrou do pequeno-almoço, tem à disposição caixinhas para levar a comida. A instalação propõe ainda diversas atividades culturais e de lazer para crianças e adultos, quer no recinto exterior, quer pela cidade.

Casa do Fundo

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Casa de São Lourenço

Em pleno parque natural esta unidade hoteleira atenta na sustentabilidade desde a primeira pedra. “Estamos comprometidos com a montanha, porque a montanha é a nossa casa” é o mote para os diversos cuidados com o ambiente que aqui se põem em prática.

Com uma aposta vincada na cultura e na valorização da região, a Casa de São Lourenço promove o emprego da região, convidando pequenos produtores agrícolas e artesãos locais a entrar em ação.

O burel, um tecido de lã típico da região, é um elemento fundamental aqui, não apenas na decoração das paredes, mas também para a eficiência energética a nível de isolamento térmico, quer do frio, quer do calor.  Os cuidados com a poupança de água e eletricidade são também fatores importantes. São utilizadas energias renováveis, a solar e a térmica e a reciclagem é um fator chave.

Na cozinha privilegia-se o local e o sazonal e nos jardins as espécies da região, de forma a garantir uma manutenção sustentável.

Casa de São Lourenço

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O que fazer na Serra da Estrela

É claro que, para encanto de miúdos e graúdos, a visita à Serra da Estrela prende-se sobretudo com a neve e as possíveis brincadeiras que com ela se fazem. No entanto, caso não encontre o famoso manto branco, não desanime. Há imenso para explorar e descobrir.

Já conhece as aldeias desta região?

Com uma localização mais remota, em montanha, estas aldeias são um verdadeiro refúgio em plena comunhão com a natureza. Repletas de autenticidade, história, costumes e tradições, passear por aqui pode ser uma verdadeira viagem no tempo. Ao longo de todo o parque natural pode encontrar oito, cada qual com a sua particularidade.

Cabeças com os seus socalcos verdes e casas de paredes brancas e pedras de xisto; Loriga e a beleza das suas paisagens; Sabugueiro, a mais alta de Portugal; Alvoco da Serra, a pequena aldeia que está topograficamente mais perto da Torre, cujas tradições e origens remontam ao período romano. Nesta lista estão também a Lapa dos Dinheiros, com uma localização que mais se assemelha a um miradouro para o vale do Mondego; Linhares da Beira, com a sua beleza histórica; Folgosinho, onde pastores e rebanhos fazem parte da paisagem, e ainda Manteigas, atravessada pelo Vale Glaciar do Zêzere, o coração da serra.

Porque não um passeio de bicicleta?

Seja para pedalar em todo o terreno, devagar para apreciar a paisagem ou para acompanhar os mais pequenos, não faltam formas de conhecer a serra e os seus recantos em duas rodas. A Free tours Lisbon pode ajudá-lo a programar e a realizar o passeio à sua medida.

Há ainda outras novidades no mundo sobre rodas: já pode conhecer os recantos do ponto mais alto de Portugal Continental numa bicicleta elétrica. A Estrela Ebike promove passeios com guia ou aluguer de GPS. Faz rotas personalizadas e ainda programas que incluem, além de passeios, refeições e alojamento.

Visite Seia

Seia encontra-se a poucos quilómetros do ponto mais alto da Serra da Estrela. É uma cidade acolhedora com muito para fazer e visitar. O Museu do Pão é uma das paragens a não perder. Situado na Quinta Fonte do Marrão, procura preservar e exibir tudo o que se relaciona com o património do pão e nas diversas vertentes: etnográfica, histórica, religiosa e artística.

Para explorar a natureza envolvente, ponha os pés ao caminho e aventure-se pelos trilhos e rotas programados e conheça a paisagem ao pormenor. Existem 14 percursos para fazer, com níveis de dificuldade para todos.

Seia – Rota dos Socalcos

Deixamos-lhe três exemplos:

Fácil: Para quem não quer deixar de explorar as paisagens rurais da Beira Baixa, a Rota dos Socalcos é uma boa escolha. Com início na aldeia da Cabeça, os aventureiros têm aqui a oportunidade de avistar vastas áreas de socalcos junto às margens da ribeira.

Características:

  • Tipo de percurso: circular
  • Distância: 6,96km
  • Inicio e fim: Igreja Matriz Lapa dos Dinheiros: N 40° 22.731’ / W 07° 42.564

Médio: Pode sempre experimentar a Rota da Caniça, um percurso com alguma dificuldade que se desenvolve ao longo do vale da ribeira que dá o nome ao trilho. A paisagem é predominantemente vegetação autóctone e os participantes poderão passar pelo bosque de castanheiros centenários que se encontra no caminho. Outro especial destaque para quem percorrer este trajeto vai para as formações rochosas, como Cornos do Diabo e o buraco do Sumo.

Seia Rota da Caniça

Características:

  • Tipo de percurso: circular
  • Distância: 2,80 km
  • Inicio e fim: Igreja Matriz da aldeia: N 40° 19.174’ / W 07° 44.119’

Difícil: Para os mais corajosos, Seia tem preparada a rota da Garganta de Loriga, que faz a ligação entre o planalto superior da serra e a vila de Loriga. A paisagem é marcada por testemunhos glaciários e pelos famosos covões Boieiro, do Meio, da Nave e da Areia, que são também casa de um conjunto de espécies raras.

Características:

  • Tipo de percurso: linear
  • Recomendações: realizar a rota no sentido descendente
  • Distância: 8,77 km
  • Inicio: Salgadeiras (EN 338 / Km 27); N 40° 20.386’ / W 07° 37.137
  • Fim: Loriga (largo da Carreira); N 40° 19.531’ / W 07° 41.382

O que não pode deixar de experimentar:

Ir à Serra da Estrela sem salivar pelos seus costumes gastronómicos é quase impossível, por isso, a RECICLA sugere-lhe ainda alguns locais onde comprar e parar para provar iguarias.

Se for à Torre, não deixe de visitar o pequeno mercado que por lá costuma estar. É aí que vai encontrar diversos produtos típicos, como é o caso do queijo da serra, do enchido, do pão de centeio e da broa serrana. É também um bom local para encontrar produtos artesanais, como agasalhos feitos de lã de ovelha, de que são exemplo os gorros, as luvas e as meias.

Com tantas opções tão sustentáveis o difícil vai ser escolher. Enquanto isso, faça as malas: é a não perder.