Como funciona um aterro? O que acontece depois de o lixo indiferenciado ser recolhido no contentor da nossa rua? A RECICLA foi visitar o aterro da Valorlis para saber como tudo funciona e responder a estas questões. Se nunca tinha pensado neste tema e agora está curioso em saber mais, veja o vídeo.

Aterros em Portugal

Existem 32 aterros sanitários ativos em Portugal, segundo os dados de 2019 da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Destes, 18 são exclusivos para os resíduos sólidos urbanos, ou seja, aqueles que produzimos em casa e no dia a dia.

Em 2020, em Portugal Continental, cada pessoa produziu aproximadamente 512 quilos de lixo ao longo do ano. Isto significa que, em média, cada português gerou 1,40 quilos de resíduos por dia, o que se traduziu, no total e no final do ano, em mais de 5 milhões de toneladas. Os dados recolhidos pela APA dão ainda conta de que, entre 2015 e 2019, 33% dos resíduos urbanos que produzimos foram enviados para os aterros sanitários.

Fonte: APA

Mas e depois, o que acontece a tudo o que vai parar ao aterro?

O responsável técnico da Valorlis António Guerra explicou à RECICLA como tudo funciona e o que se passa, de facto, num aterro.

Qual a diferença entre um aterro e uma lixeira?

Desde o final da década de 1990 que as lixeiras a céu aberto começaram a ser encerradas. 2001 foi o ano que marcou o fim definitivo destes aglomerados de resíduos que se acumulavam desordenadamente em pilhas em constante crescimento, fazendo aumentar a poluição visual, a do ar e dos solos, para não falar nos diversos riscos para a saúde pública.

O que aconteceu a todos os resíduos que iam lá parar?

Uns começaram a ser separados e valorizados de diversas formas, como é o caso da reciclagem; outros passaram a ser colocados nos aterros.

Um aterro sanitário é um fim, necessário para algum tipo de resíduos, mas também um espaço mais seguro para colocar tudo aquilo que descartamos e que não tem ainda uma possível valorização.

Para criar um aterro, além de ser necessária uma vasta área de terreno, é preciso impermeabilizar os solos, criar sistemas de drenagem dos líquidos que se formam pela desintegração dos resíduos e ainda tratar as águas lixiviadas em estações próprias.

Por outras palavras, são sistemas criados de raiz para colocação de resíduos. Durante todo o tempo em que estão em funcionamento, e mesmo depois de atingirem a capacidade máxima, são monitorizados. O objetivo é minimizar o impacto ambiental e os riscos para a saúde pública. No entanto, tudo o que vai parar ao aterro fica no mesmo espaço à espera de se decompor até desaparecer. Não há triagem nem reciclagem possível.

Agora já sabe: está nas nossas mãos evitar que as embalagens cheguem e permaneçam nos aterros até se decomporem. Por isso, recicle sempre.