Fique a saber afinal a que respeita o valor de taxa de gestão de resíduos que aparece na sua fatura da água

Decerto já reparou que na sua fatura da água, para além do custo de consumo da própria água, aparecem também custos relativos, por exemplo, ao saneamento de águas residuais e também à gestão de resíduos.

O que respeita às águas até lhe poderá fazer sentido,mas porque é que na fatura da água existe uma taxa para gerir outros resíduos?

As Câmaras Municipais são responsáveis pela recolha e tratamento do lixo indiferenciado. Este tratamento tem um custo que é imputado ao munícipe e refletido na conta da água.

Este custo engloba também aquilo que o Município tem de pagar para colocar os seus resíduos em aterro. Falamos da recolha de lixo indiferenciado, que não foi separado seletivamente e por isso não poderá seguir para reciclagem, ou outra forma de valorização, como destino final.

Atualmente estes custos estão indexados ao consumo da água; considerou-se que um lar que gasta mais água, produzirá mais resíduos, uma vez que não existia outra forma de indexar um custo quanto à efetiva produção de resíduos indiferenciados de cada lar.

Atenção que esta taxa apenas respeita ao tratamento de resíduos indiferenciados!

A pergunta no título deste artigo não se coloca afinal, na medida em que a recolha e tratamento das embalagens separadas seletivamente (as que colocamos nos ecopontos) são custeadas pelos embaladores. As marcas que colocaram essas embalagens no mercado são quem financia a recolha seletiva e tratamento desses resíduos de embalagens. Este custo que as marcas têm para financiar a recolha seletiva é refletido no preço dos produtos embalados. O Consumidor está, no fundo, a pagar pela gestão destas embalagens.

Se ainda coloca embalagens juntamente com os seus resíduos indiferenciados no contentor do lixo comum, está a aumentar o custo necessário para gerir os resíduos indiferenciados, pois aumenta as quantidades que são colocadas em aterro. 

Idealmente, quanto mais se reciclar, menos resíduos indiferenciados existem para recolha e deposição em aterro, por isso, menor será a taxa de gestão de resíduos a pagar. Por enquanto, ainda está indexado ao consumo de água, mas é natural que os sistemas evoluam para formatos assentes no princípio de que quem recicla mais paga menos.

Está previsto que, em poucos anos, a cobrança desta tarifa seja alterada, existindo já sistemas mais ajustados, como o PAYT, sigla em inglês para Pay As You Throw (paga apenas o que deita fora). Apesar de a sua operacionalização ser mais complexa, o PAYT terá maior eficácia na gestão de resíduos, pois a sua abordagem permite cobrar de acordo com a quantidade de resíduos que cada um gera.

Comece já a preparar-se para o futuro: reduza o consumo de água desnecessária e faça a separação das suas embalagens. Poupe a carteira e o ambiente.