1, Abril 2021
Se não sabia que no vidrão não entram loiças ou pyrex, este artigo é para si.
Conheça o ciclo das embalagens de vidro e saiba como reciclá-las sem enganos!
Conheça o ciclo das embalagens de vidro e saiba como reciclá-las sem enganos!
Sabemos que as garrafas de vidro são infinitamente recicláveis e podem ser utilizadas vezes sem conta sem perderem as suas características físicas e químicas. Mas o que acontece a uma garrafa depois de colocada no vidrão? Qual é o percurso que faz até voltar novamente às nossas mãos?
Comuns nas indústrias de bebidas, bens alimentares e produtos de cosmética, as garrafas e os frascos de vidro, depois de utilizados e de separados para reciclagem, seguem um percurso que se insere num ciclo que pode ser infinito.
Tudo começa quando as embalagens são colocadas no vidrão. São de seguida recolhidas pelos sistemas municipais e levadas para centros de reciclagem. Nestas unidades de tratamento, estes vidros passam por vários sistemas de limpeza para ficarem livres de todos os contaminantes, isto é, de tudo o que não é feito do mesmo material do corpo da garrafa, como rótulos, tampas e outros adornos.
A limpeza começa quando são colocados numa banda transportadora magnetizada para lhes serem retirados materiais ferrosos.
O processo que se segue é manual e realizado por operadores, que removem os contaminantes de grandes dimensões. Os contaminantes leves e de pequenas dimensões são aspirados num momento seguinte.
A limpeza não termina aqui: estes vidros passam ainda por uma fase de descontaminação de metais, bem como pela remoção de pedras e porcelanas, através de processos avançados de deteção ótica que identificam os contaminantes e os sopram para fora do fluxo do vidro.
Após a passagem por todos estes processos de limpeza, o vidro está já fragmentado em partículas de dimensão semelhantes. Nesta fase designa-sepor “casco tratado”, a matéria-prima que irá dar origem a novas embalagens.
Limpo e transformado, o passo que se segue é a colocação nos fornos de fusão e de seguida em moldes para dar origem a novas garrafas ou outras embalagens.
Mas então, se o vidro passa por tantas etapas de limpeza e descontaminação, qual o problema de colocar materiais que não sejam só embalagens de vidro?
Os sistemas não são infalíveis e materiais como o pyrex são muito difíceis de detetar. Pode acontecer que um pequeno pedaço de cerâmica ou pyrex que não seja detetado, inviabilize todo um novo lote de produção de novas embalagens, contribuindo para o desperdício de recursos e energia.
Por isso, loiças, copos, pyrex, lâmpadas, espelhos, cristal ou vidros de janelas não devem mesmo ser colocados no vidrão.
E as tampas?
As tampas das embalagens de vidro podem seguir junto com a embalagem. Pela sua dimensão pequena, se forem separadas, mesmo que no contentor do seu material, vão perder-se no circuito. Seguindo acopladas à garrafa são recuperadas no processo.
Nas etapas de tratamento do vidro é possível isolar as tampas em grande parte dos casos, conseguindo dar-lhes um destino de reciclagem.
Parecem muitos passos, mas a verdade é que, somados, permitem a poupança de energia e de recursos naturais face ao que seria necessário para produzir novas embalagens a partir de matérias-primas virgens como a areia ou a soda.
Mas não se esqueça: para este ciclo funcionar é preciso colocar as embalagens de vidro no ecoponto verde. Faça parte da solução, recicle as suas embalagens.