Caro(a) Leitor(a) da RECICLA,
Quando engravidei, ganhei mais consciência do ser que estava a crescer dentro de mim, do exemplo que eu queria ser e do Mundo que o meu filho viria a habitar. Ganhei, assim, mais consciência ambiental.
Comecei por deixar de comer carne, principalmente por causa do impacto ambiental que tem, passei a comprar vegetais e frutas nos mercados biológicos locais, passei a cozinhar mais em casa e a levar comigo uma lancheira para evitar o consumo e desperdício de embalagens.
Falha-me a memória de quando comecei a reciclar: esse foi, provavelmente, o meu primeiro passo a nível ambiental, quando ainda não sabia que reciclar é o último ponto da lista de essenciais da sustentabilidade – reduzir, reutilizar, recusar e só depois reciclar. Lembro-me de estar em jantares de amigos e ficar um pouco incomodada quando não havia separação de lixo. Tinha muitas pessoas que diziam que a reciclagem era mentira e que o lixo ia todo parar ao mesmo sítio, mesmo assim não conseguia não fazer a minha parte e assumir a minha responsabilidade com aquilo que estava ao meu alcance fazer.
Quando me falaram nas compras a granel, achei que seria uma logística complicada. Hoje em dia, percebo que é simples e não consigo conceber comprar certos alimentos de outra forma. Ando sempre com sacos reutilizáveis no carro e à medida que os alimentos vão acabando vou colocando os frascos nesses sacos para depois poder ir às compras com tudo o que preciso. Isso permite-me comprar na medida certa e evitar o desperdício alimentar.
Foi há cerca de dois anos que ouvi falar de compostagem pela primeira vez. Fiz o curso da câmara de Lisboa e adquiri um compostor. A redução de lixo foi claramente visível. Depois de alguns desafios de adaptação, arranjei um vermicompostor, que é mais rápido e mais eficaz para mim. E foi assim que, com pequenos passos de cada vez, me tornei mais ecológica.
Vera Kolodzig,
Atriz e autora do podcast Kológica