Portugal não está a consumir energia elétrica por fonte da queima do carvão há quase dois meses. Uma boa notícia para o ambiente, uma vez que isso significa menos 960 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Este cenário deve-se ao facto de, pela primeira vez em 35 anos, as centrais termoelétricas de Sines e do Pego, que utilizam carvão, não terem produzido energia. A produção já estava muito reduzida e durante o mês de abril parou por completo.

Estas centrais pararam a sua produção por vários fatores, entre eles a redução do consumo de energia elétrica, que, segundo a REN – Redes Energéticas Nacionais, registou uma quebra de 12%, em abril.

Outra variável que contribuiu para esta quebra foi o aumento da disponibilidade de energias renováveis. A abundância de precipitação a que se assistiu situou o índice de produtibilidade hidroelétrica dos primeiros quatro meses do ano nos 0,96, quando a média histórica é 1.

Também outras renováveis viram o seu consumo aumentar. Entre janeiro e abril, as energias verdes abasteceram 69% do consumo nacional. Deste valor, o consumo hidroelétrico representou 35%, o eólico 26%, o de biomassa 6% e o fotovoltaico 2%. 

Apesar de estas duas centrais terem tido um papel relevante no que toca à produção em grande escala de energia elétrica, os seus impactos ambientais foram muito significativos, pois, juntas, eram responsáveis por quase um quinto de todas as emissões de CO2 do país.