Aqui há design e arquitetura sustentável

Sabemos que a reciclagem dá nova vida às embalagens que colocamos no ecoponto e um exemplo disso é a Flowco. É que, com a ajuda da Sociedade Ponto Verde (SPV), faz desse material verdadeiras obras de arte que, simultaneamente, se transformam em candeeiros ou bancos de rua e revestimentos.

Já aqui demos a conhecer o projeto dos quatro arquitetos, cuja empresa procura oferecer “arquitetura como serviço”, isto é, criar peças únicas e sustentáveis com utilidade prática. Mas em que ponto se encontram agora?

Sebastião Ataíde dá-nos conta de que há novos produtos em fase de “exploração e prototipagem”. Isto quer dizer que há ideias que têm vindo a ser estudadas com base nos conceitos do design ecológico e que, partindo de uma parceria com a SPV, a Flowco conseguiu criar algumas peças recorrendo a resíduos.

Assim, da reciclagem de latas de alumínio em conjunto com outros materiais nasceram duas iluminarias:

O Tipi é um candeeiro com quatro metros de altura. A sua estrutura consiste em três peças dispostas na vertical a formar um tripé e a ideia é remeter para o imaginário de uma fogueira e da união em volta desta. O modelo foi construído recorrendo a 1500 latas de refrigerante, a ferro reaproveitado e a lâmpadas led.

Os Gambuzinos são um conjunto de oito peças ligadas a uma só fonte de energia e que também dão luz. A ideia desta estrutura adaptável a diversos ambientes é funcionar como se de gambiarras se tratasse, ao mesmo tempo que pretende ser uma crítica ao desaparecimento cada vez maior dos pirilampos. Semelhante ao Tipi, no processo de construção, para criar esta iluminaria são precisas 740 latas de refrigerante, assim como iluminação led.

Além destes dois produtos, foram criados outros, um deles já está no mercado e é comercializado quer em Portugal, quer em Espanha. Todos são fruto da transformação de resíduos.

O Wave “foi uma peça que serviu de ponto de partida para outra, a Goma”, e que, “do ponto de vista conceptual, pretende criar uma nova área no espaço urbano”, explica Sebastião Ataíde. Partindo da ideia de uma onda do mar e com o intuito de chamar a atenção para a sua preservação, a peça apela ao conforto, é flexível, criada a partir de ferro e de madeira reaproveitados e com um revestimento em borracha. O topo é também iluminado para lembrar a translucidade da crista da onda.

 A Goma é um produto de revestimento e pavimentação ecológico que já está na fase de comercialização. Para criar a Goma Rubber, a Flowco trabalha com a indústria do calçado e recupera resíduos de borracha. Tem ainda a vantagem de ser totalmente reutilizável, pois é produzida apenas com um tipo de material. Em linha com este projeto, está a ser estudada a criação de revestimentos com plástico PET e outros materiais reaproveitados.

Com estas criações e novas ideias a serem estudadas e pensadas para o reaproveitamento de outros materiais, incluindo o plástico, a Flowco é a prova de no reciclar é que está o ganho.