Os mais novos estão a tornar-se peritos em conduzir os adultos a compras mais sustentáveis e quem o diz é o estudo “Who Care, Who Does”, da Kantar. E na terceira edição deste levantamento de dados sobre as escolhas na hora das compras, há um indicador a subir – o da preocupação com o planeta. Conheça aqui os pormenores.

Foram entrevistadas mais de 90 mil pessoas em 26 países um pouco por todo o mundo. Uma das estimativas apontadas é a possibilidade de duplicar o consumo de produtos ambientalmente mais sustentáveis. Contamos-lhe mais já a seguir.

Esta é já a terceira edição do estudo que, desde o início, categorizou os participantes em três tipos de “famílias” ou lares:

  • Os eco-atives, ou seja, os compradores altamente preocupados com o ambiente e que, por isso, tomam ações no sentido de reduzir a quantidade generalizada de desperdício que geram.
  • Os eco-considerers, que se caracterizam por serem compradores preocupados com o ambiente, mas que não agem de forma a reduzir o seu impacto ambiental.
  • Os eco-dismissers, que se definem por serem compradores muito pouco ou nada preocupados ou interessados no que toca a agir contra a produção de desperdício.

Do Brasil à China, passando pela Arábia Saudita, pela Europa e pelos Estados Unidos, o estudo concluiu que em dois anos os eco-actives cresceram de 16% para 22%. E não vão ficar por aqui: a consultora prevê que esta categoria chegue aos 40% até 2026.

Quase metade dos participantes que se incluem nesta categoria, 49%, referiram que a pandemia de Covid-19 veio aumentar as suas preocupações ambientais e que em 36% dos casos as crianças foram as impulsionadoras da mudança de hábitos e da adoção de atitudes mais amigas do ambiente.

Em que países estão os consumidores mais sustentáveis?

Com 46% de lares eco-actives, a Alemanha é quem lidera a tabela dos consumidores mais conscientes e ativos no que toca à sustentabilidade. No segundo lugar, está a Bélgica, seguida da Hungria.

Mais a meio do ranking encontramos Portugal, com 25% dos seus lares a entrar na categoria de consumidores mais verdes. E no final da lista, com apenas 7% de eco-actives, está a Arábia Saudita.

Um pouco por todo o mundo, quais são as maiores preocupações ambientais?

Os consumidores identificaram as suas maiores preocupações relativamente à sustentabilidade.

De uma ponta à outra do globo, dos mais de 90 mil participantes, 42% apontou para as alterações climáticas como primeiro dos problemas. A este tema seguiu-se a poluição da água, apontada por 36% dos inquiridos como a maior preocupação, ficando em terceiro lugar a preocupação dos resíduos de plástico, com 34% dos votos.

Quais são as maiores barreiras para agir de forma sustentável?

Com 38% dos lares a entrar na categoria de eco-dismissers e 40% na de eco-considerers, o estudo procurou ainda saber quais os principais entraves que os consumidores encontram para terem uma vida mais sustentável.

60% dos participantes apontou o preço e a dificuldade em encontrar estes produtos como o principal problema. 33% referiu a distração face a estes pormenores na hora de fazer as compras e 22% afirmou ter dúvidas sobre qual a melhor decisão.

Conclusões

  • Os eco-actives estão a ajudar e a impulsionar as marcas a criarem e desenvolverem estratégias de sustentabilidade.
  • Esta categoria de consumidores mais preocupados vai crescer cinco vezes mais que as restantes.
  • Dois terços dos compradores já deixaram de comprar pelo menos uma vez um produto ou um serviço por este ter um impacto negativo no ambiente.
  • O setor do retalho tem ainda um longo caminho pela frente. Este estudo revelou que apenas 44% dos participantes está satisfeito com o que encontra nas lojas.
  • Ter produtos locais e opções acessíveis são os fatores mais importantes no que toca à sustentabilidade.