De matéria combustível fugaz a uma mochila para a vida

Mochilas feitas a partir de cintos de segurança? Parece um conceito pensado muito fora da caixa, mas O Benefício pôs mãos à obra e mostrou ser possível.

Juntar no mesmo produto materiais como cintos de segurança e pele parece algo inusitado, mas foi essa a segunda aposta d ‘O Benefício, uma startup com sede em Óbidos que aposta no desenvolvimento de produtos através de métodos artesanais e assente no respeito pelo comércio justo e pelo ambiente. Ter um impacto positivo é, pois, a missão.

Com esse propósito, começaram por desenvolver um azeite e, mais tarde, um licor de ginja, dois produtos feitos do saber tradicional. E, porque acreditam na cocriação, associaram-se depois à Beltimore para lançar uma invulgar coleção de mochilas: afinal, são feitas de cintos de segurança.

Cada mochila é produzida manualmente pelo alfaiate Mohammad Ameen. Possui acabamentos em cabedal tradicional e uma etiqueta personalizada com o nome do seu proprietário. Capaz de suportar computadores até 15 polegadas, leva cerca de duas semanas a chegar ao destino, após a encomenda.

Com esta coleção, a empresa pretende aumentar o tempo de vida de materiais que, de outra forma, iam acabar por ser desperdiçados. Afinal, o fim dos cintos de segurança é, habitualmente, a incineração, servindo como matéria combustível. E, agora, transformam-se numa peça de design único.

Além disso, a marca também pretende mostrar aos consumidores que é possível criar produtos com valor a partir de peças em segunda mão: “O Benefício é um agregador e um curador. Somos anti escala, queremos provar que é possível criar produtos com valor, através da disrupção do modelo de baixo custo, sem esmagar quem cria e produz”, afirma um dos fundadores, Ricardo Nunes.

Qual será o próximo benefício a ser produzido? “Ninguém sabe o que será, mas será incrível”, afiança. Afinal, é este o lema que move esta empresa que se caracteriza com uma “rutura da realidade”.