Chegou recentemente ao mercado um modelo automóvel que é mais amigo do ambiente. Se, por um lado é 100% elétrico e não liberta CO2 para a atmosfera, por outro, o seu interior tem apontamentos mais sustentáveis e com um cunho português.

Falamos do novo Mazda, o SUV MX-30, que é o primeiro modelo da marca nipónica 100% elétrico e com apontamentos no interior revestidos a cortiça. 

O material é utilizado no revestimento da consola central flutuante e no reforço do interior da zona dos puxadores das portas, sendo maioritariamente português, embora conte com uma pequena percentagem de cortiça proveniente de sobreiros japoneses.  

Foi escolhida pelo seu cunho sustentável, pois a obtenção desta matéria-prima não é nefasta para o ambiente, além de que, para a sua incorporação nestes automóveis, são utilizados desperdícios da produção de rolhas. A juntar a estes fatores, a cortiça revela-se confortável, impermeável e funciona como isolador térmico e acústico.

Apesar de o modelo ser novo, a ideia de utilizar cortiça no interior dos automóveis Mazda não é recente. Até meados do século XX, recorria-se à cortiça como material para a produção de peças, nomeadamente juntas e isolamentos. Só após a Segunda Guerra Mundial se começaram a desenvolver com maior rapidez as tecnologias assentes na borracha e no plástico, tirando essa função à cortiça.

Para a marca, esta espécie de regresso ao passado “faz todo o sentido em termos de minimização de efeitos nocivos no meio ambiente”. O designer-chefe deste modelo, Youichi Matsuda, explica que “a sustentabilidade da cortiça se encontra perfeitamente alinhada com um modelo com as particularidades do MX-30”.

O desperdício criado da produção das rolhas é reaproveitado, contribuindo para a redução de níveis de CO2 para a atmosfera, e, como mantém a qualidade do produto, é posteriormente transformado, num processo onde os grânulos de dimensões diferentes são juntos e prensados de forma a gerar novas folhas de cortiça que se vão tornar num elemento decorativo do novo Mazda. 

A juntar a estas características ecológicas, o designer acrescenta que se recorreu também a “plástico projetado biologicamente em elementos das portas dianteiras e traseiras” e “a um material obtido a partir da reciclagem de garrafas de plástico na composição do revestimento das guarnições das portas”.

A cortiça portuguesa ajuda, assim, a Mazda a acelerar numa rota mais sustentável.