Melhores amigas ou grandes vilãs: o impacto ambiental das joias

Anéis, brincos, colares e pulseiras. As joias são, muitas vezes, consideradas as melhores amigas das mulheres e os presentes ideais para assinalar datas importantes. Mas, qual a pegada ambiental que deixam ao ser produzidas? Já alguma vez pensou na sustentabilidade da joalharia?

Impacto ambiental das joias

Ficam bem em qualquer estilo e dão brilho a qualquer outfit, sejam de ouro, prata ou platina, maiores ou mais pequenas, as joias acompanham as mulheres desde há séculos.

Hoje, as preocupações com o ambiente estendem-se a todos os setores e a extração e exploração mineira não são exceção. Além da emissão de CO₂, problemas como a desflorestação e a poluição da água são os principais pontos negativos que esta atividade implica. Mas, felizmente já há formas de a tornar mais sustentável.

Reduzir a pegada carbónica na Indústria joalheira

Para fomentar o debate sobre este tema, a Leitão & Irmão, uma marca de joalharia portuguesa com mais de 200 anos, convida a conhecer as montras de luxo sustentável das suas lojas de Lisboa e Cascais.

O objetivo é mostrar aos clientes como é que cada peça é feita, como são adquiridos os metais preciosos e que é possível reciclar este tipo de materiais.

O dono desta joalharia, Jorge Leitão, explica à RECICLA que é possível produzir joias mais sustentáveis.

“Uma peça de ourivesaria, no geral, pode ter uma pegada ecológica pequena, porque, por exemplo, uma pessoa com 25 anos que a compre uma vez, quando morrer, digamos com 100 anos, mantém uma peça em bom estado, utilizável e que pode brilhar noutro sítio. Por isso, a pegada da sua criação é provocada uma vez só”, justifica.

Como se podem adquirir joias mais sustentáveis?

Primeiro, é preciso que os metais sejam extraídos e as peças produzidas atendendo aos máximos cuidados possíveis com vista à preservação do ambiente.

É o que acontece quando os metais preciosos são adquiridos com acreditação do Concílio de Joalharia Responsável (Responsible Jewellery Council).

Outra certificação é a Chain of Custody, que permite comprovar, passo a passo, as preocupações ambientais e sociais de todo o caminho dos metais e demais materiais que depois vão ser trabalhados criativamente.

Trabalhar as joias

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Alguém falou em reciclar joias?

“Na nossa oficina, além de adquirirmos os metais com estas certificações, tudo o que fazemos é reciclado na própria fábrica”, afirma Jorge Leitão.

Aqui, a reciclagem de ouro é uma prática comum e permanente. O pó das lixas é resgatado, assim como as aparas. O reaproveitamento destes materiais é utilizado para dar origem a novas peças.

Como funciona a reciclagem?

As limalhas são refundidas e limpas, porque têm contaminação de restos de ferro das limas que não podem entrar no processo produtivo do ouro. Estes resíduos são retirados através de ímanes que atraem o ferro e através de processos de limpeza. Já as retalhas são usadas diretamente, pois não têm contaminação.

Oficina Leitão e Irmãos

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R de reciclar e reutilizar

Esta joalharia faz não só manutenção de peças criadas pela empresa, como também aproveita e reintegra joias antigas para a produção de novas. “Recebemos muitas peças de pessoas que já não gostam do modelo e essas peças são transformadas”, acrescenta Jorge Leitão. É caso para dizer que a economia circular é valiosa.

Quer reciclar as suas joias antigas? Aqui mostramos-lhe outra opção possível.