12, Junho 2020
No Re:Costura nada se perde, tudo se transforma
Linha,
agulha e imaginação: estas são algumas das palavras-chaves para a equipa de
oito costureiras que, através do projeto Re:Costura, já resgatou 250 peças de
um fim pouco amigo do ambiente, o lixo.
Linha, agulha e imaginação: estas são algumas das palavras-chaves para a equipa de oito costureiras que, através do projeto Re:Costura, já resgatou 250 peças de um fim pouco amigo do ambiente, o lixo.
Criado em 2017, em parceria com a Fashion Revolution Portugal e com a Fio, o Re:Costura procura consciencializar os consumidores, convidando-os a ver ou a participar num processo de transformação de peças de roupa através de upcycling.
Ana Sargento, uma das designers e costureiras, explica que o projeto “surgiu com o intuito de repensar o modelo existente e mudar o paradigma da indústria da moda”: “Pretendemos inspirar o público a reutilizar roupas usadas de uma forma criativa, através da valorização da matéria-prima, e, consequentemente, da peça recriada, vendo a transformação como método preventivo do desperdício”.
Com uma filosofia assente no upcycling, isto é, na reutilização criativa das peças de roupa, este projeto procura, pois, dar uma segunda vida a peças de roupa desvalorizadas pelos seus donos e, com isso, reduzir o impacto no ambiente.

Desde que lançaram o Re:Costura, já recuperaram 170 peças em eventos de curta duração, realizaram uma formação de onde foram salvas mais meia centena e ainda tiveram a oportunidade de reinventar o guarda-roupa da peça de teatro “O lugar do canto está vazio”. “Indiretamente”, Ana Sargento espera ter salvo mais ainda, porque, esclarece, incentivam os participantes a continuar o processo de upcycling em casa.
A par com os eventos em que procuraram criar roupas novas com o menor impacto ambiental possível, realizam também iniciativas com “propósito prático”. Foi o caso da colaboração com a Recicleta, do GAIA – Grupo de Ação e Intervenção Ambiental. “Nessas oficinas criámos capas de chuva para ciclistas, através da reutilização de chapéus de chuva e sacos de supermercado, e esse é o casamento perfeito: combater a escassez com o desperdício”, explica a costureira.
Apesar de os eventos estarem em suspenso, não deixaram o upcycling de lado, estando a divulgar as peças criadas nas suas redes sociais, através do hashtag #upcyclingdequarentena.