Empresa portuguesa aproveita bananas maduras que já não são vendidas para produzir o pão de banana

Desde abril de 2018, há uma nova razão ecológica para comprar pão no Continente. O Panana, pão de banana que chamou a atenção do grupo Sonae por usar bananas maduras e que já não seriam vendidas para produzir um produto diferente e acrescentar valor, está à venda em exclusivo nas lojas da cadeia de distribuição.

A cadeia de supermercados já tinha apostado noutros produtos como doces, compotas e chutneys para usar os excedentes frescos dos supermercados e, por isso, o pão de banana foi mais uma receita para juntar ao catálogo de produtos amigos do ambiente.

Mas, como num círculo, voltamos ao princípio. Tudo começou com uma viagem: Lourenço Bruschy e António Ferrador estavam na Austrália quando, há três anos, se apaixonaram pelo pão de banana, o típico banana bread. Tanto que, depois do regresso a Portugal, não descansaram enquanto não conseguiram replicar a receita do pão para fazer valer as memórias da temporada a viver do outro lado do mundo. Mas não queriam que a empresa fosse só mais uma. Para isso, desejavam, além de fazer pão para vender, mudar o mundo (de alguma maneira).

Percebendo que a banana é um fruto que, quando maduro, deixa de ser vendido, decidiram apostar num modelo de economia circular. Puseram-se, então, à procura de parceiros – cooperativas, supermercados e produtores – que quisessem fornecer a um preço mais baixo a principal matéria-prima do produto. E conseguiram. “Quisemos comprar o desperdício das bananas e, depois de contactarmos vários retalhistas, conseguimos bananas maduras a preços mais baixos e começámos os testes”, conta Joana Sousa Lara, que se juntou ao projeto em 2017.

A receita da Banana tem como base bananas muito maduras que já não seriam vendidas no supermercado, o que faz com que o projeto seja concretizado numa lógica de economia circular e de sustentabilidade. “A Sonae considerou o pão de banana produto-seleção e, em novembro de 2017, o produto foi finalizado e industrializado”, conta Joana.

Quanto ao Panana, os criadores da receita acreditam que o futuro pode passar por diversificar a fruta base, aproveitando outros ingredientes com a mesma base de sustentabilidade.

Desde abril de 2018, foram vendidos mais de 20 mil pães nas lojas Continente.