Desperdícios plásticos que servem para fazer casacos? Redes de pescas encontradas nos oceanos que se transformam em elegantes fatos de banho? Borras de café em bijutaria? Tudo isto é possível produzir e usar. O ambiente agradece

Em Portugal existem diversas empresas que já só adotam boas praticas ambientais, fabricando os seus produtos através da reciclagem ou, também, feitas com condições de trabalho justas. É o caso, por exemplo, da marca Just Fashion, sediada no Porto, que lançou uma linha de jeans eco-friendly para homens e mulheres, a Just.O. Pelo menos 50% do algodão usado na produção é de origem ecológica, o que lhe confere a certificação Better Cotton Initiative (BCI). O couro utilizado em alguns pormenores é oriundo da cadeia alimentar e tem acabamentos vegetais. Além disso a marca tem como lema o combate à exploração da mão-de-obra, oferecendo condições de trabalho justas e dignas.

E por acaso já se imaginou a vestir um par de jeans Just.O juntamente com um impermeável feito a partir de garrafas de plástico? Se vir os padrões divertidos destas peças, não vai querer apenas um. A iniciativa partiu da empresa Insane In The Rain que faz abrigos de chuva com plástico reciclado, ajudando assim a afastar, da fauna marinha este perigo que cada mais povoa os oceanos. O objetivo é consciencializar e ajudar a espalhar a mensagem ao mundo para que recuse o plástico de uso único.

Já a BeKoffee é um projeto que visa aproveitar as borras de café para produzir materiais compósitos convertendo-os em artigos de bijutaria inspirados na natureza. Com estes produtos, a marca pretende acrescentar uma nova aplicação às borras de café, contribuindo de forma positiva para a economia circular.

Também a marca Daniela Ponto Final, criada por Daniela Duarte, em 2009, produz camisas, camisolas e t’shirts com restos, não de café mas de tecidos. “Desde o início da marca que vou guardando os restos, as sobras do corte das peças, além de comprar pequenos retalhos ou tecidos em maiores quantidades, cujo fim seria o lixo ou alimento para traças”, diz, acrescentando que todas as peças “são feitas à mão e sempre de reprodução muito limitada”.

Mais uma marca portuguesa, apesar do nome inglês. A Conscious Swimwear tem fatos de banhos feitos sobretudo com resíduos de redes de pesca (econyl, o nome da fibra delas derivada). Ainda resiste à ideia de usar um? Então descubra os modelos irresistíveis que Joana Silva consegue desenhar,.

Totalmente eco-friendly e original é o calçado da Balluta, marca criada pela lisboeta Catarina Pedroso e produzida em São João da Madeira. Cada peça é artesanal e confecionada com materiais vegan de alta qualidade e cuidadosamente adquiridos, com respeito máximo pela natureza.

A madeira — bambu, sândalo-vermelho, ébano e outras — são a base dos óculos da marca PICA·PAU Woodcraft, que alia a consciencialização ambiental a um design inovador. Todos os óculos são peças de artesanato feitas à mão e, por isso, não há dois modelos iguais. A ideia surgiu de três jovens colegas de universidade, Manuel Dias da Silva, Frederico Carvalho Fernandes e Pedro Leão.