Esta marca portuguesa criou uma forma ecológica de decorar as paredes de casa com plástico que sobra da produção industrial.

Quando se mudou para Coimbra para estudar arquitetura, Ana Rita Rodrigues queria decorar a casa e sentia falta de uma solução que desse cor às paredes mas que não fosse algo permanente, como uma pintura. A essa vontade de ter uma casa mais bonita, a estudante, natural de Leiria, juntou uma paixão antiga por azulejos e uma tese de mestrado na qual queria criar um produto e não só uma ideia abstrata.

Decidiu, por isso, criar azulejos feitos a partir de plástico recuperado, ou seja, plástico que as fábricas não aproveitam por não terem as dimensões exigidas na produção e que acabam por seguir para empresas que se dedicam a triturar este produto.

A decisão de aproveitar esta matéria prima surgiu depois de uma visita às fábricas da Marinha Grande — essencialmente de produção vidreira — e perceber que conseguiam reaproveitar muitas das peças partidas. Esta ideia de economia circular ganhou força quando Bruno Campos, namorado de Rita e químico industrial a elucidou sobre a quantidade de plástico não aproveitado em fábricas, apenas porque não cumprem as características exigidas.

“Se as fábricas de vidro o fazem, nós também podemos fazer, mas desta vez com plástico”, refere.

Juntos, investiram na criação de um molde quadrado, subcontrataram uma empresa para os ajudar na produção e, desde dezembro de 2018, que fazem azulejos a partir de plástico reaproveitado. O resultado final deste processo vê-se nos blocos semelhantes a azulejos, que podem ser colocados com uma fita bi-adesiva, o que permite decorar sem ser de forma permanente e sem danificar as paredes.

“Esta foi a nossa forma de dar uma nova vida ao plástico e, ainda por cima, com um toque de design”, refere Ana Rita.

Ainda que seja cedo para fazer contas ao plástico recuperado, a empresária conta que, no final do ano passado, compraram 500 quilos de plástico recuperado a uma empresa que se dedica a triturar o material e, até agora, mais de metade já foi transformado nestes azulejos alternativos.

A dupla de criadores, com sede na zona industrial da Marinha Grande mas que funciona por encomendas online, oferece soluções de design de criação própria, mas está também aberta a encomendas personalizadas.