A sustentabilidade está a chegar a todos os setores de atividade. Às comunicações também. Um passo nesse sentido é o Fairphone 3, que se apresenta como “o primeiro telemóvel sustentável”.

Este é um projeto holandês, movido pelo propósito de encontrar soluções de comércio justo e com o menor impacto ambiental possível. O seu criador, Bas van Abel, acredita que o telemóvel mais sustentável que podemos ter é aquele que já possuímos: “Nós acreditamos que precisamos de novos telemóveis de dois em dois anos e, por isso, existem mais telefones do que pessoas, neste momento”, afirmou, numa TEDx Talk, onde apresentou o “seu” modelo. O que ele propõe é mudar este paradigma: “A Fairphone pretende desafiar a história dominante sobre o que está certo, o que é normal e o que é possível”, pode ler-se no site da marca.

Este projeto começou enquanto start-up em 2010, mas a adesão e o interesse por estes telemóveis superaram as espectativas: esperavam vender cinco mil telemóveis no total, mas em apenas três semanas registaram a venda de dez mil.  E, em 2013, a empresa tornou-se independente.

As principais diferenças face aos modelos já existentes residem nos materiais utilizados para o seu fabrico. Os Fairphones são produzidos com plástico reciclado, cobre e outros minerais extraídos de zonas livres de conflito, onde os direitos e o bem-estar dos trabalhadores são garantidos. Além disso, utiliza ouro proveniente de comércio justo, afirmando ser a primeira empresa deste setor a fazê-lo.

O novo dispositivo tem as características comuns a um telemóvel de última geração, mas não inclui carregador ou novos auriculares, para que os consumidores possam continuar a utilizar os que já possuem.

Por outro lado, vem acompanhado de uma pequena chave de fendas para pequenas reparações: é que é fácil abri-lo. Desta forma, evita-se, ou, pelo menos, adia-se a compra de outro aparelho.