Uma máquina de barbear que se pode usar infinitamente? Existe e é portuguesa

As convencionais máquinas de barbear manuais são, habitualmente, descartáveis, gerando resíduos com maior frequência. Cientes da pegada ecológica que provocam no planeta, três amigos e colegas de curso de Engenheira Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, João Gomes, Luis Oliveira e André Guimarães, decidiram criar uma máquina capaz de durar a vida toda. É totalmente feita em aço inox, incluindo as lâminas, assegurando uma “garantia vitalícia”, o que as torna mais amigas do ambiente.

Chama-se Tatara Razors e foi criada pela startup com o mesmo nome e incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto desde 2016.  A ideia surgiu com a utilização de máquinas de barbear antigas semelhantes, mas cujos materiais acabavam por ganhar alguma oxidação. Com os conhecimentos em fundição, maquinação, laser e prototipagem dos três amigos, estavam reunidas “todas as valências e know-how” para criar uma nova máquina.

“Decidimos dar um design um pouco mais elegante às máquinas tradicionais e usar metais nobres que durassem muito tempo por não oxidarem em contacto com a água”, descreve o cofundador João Gomes. Os acabamentos são feitos à mão para suavizar as bordas e para que não sobrem marcas de maquinação. Além disso, as Tatara Razors são sujeitas a um tratamento manual de jato de areia, peça por peça, para obterem um aspeto suave e uma cor mate.

A produção é totalmente portuguesa e, como tal, a escolha do material de embalagem foi também pensada nesse sentido: “A cortiça é um produto nacional com excelentes características, o que confere também proteção ao produto durante o transporte”, refere.

Procurada por consumidores de diversos países, como Estados Unidos, Rússia, África do Sul, Taiwan, Singapura, Itália e Reino Unido, os criadores do projeto revelam que o feedback tem sido “incrível”. “Muitos clientes já utilizavam há alguns anos este tipo de máquinas de barbear, mas após usar as nossas, confessam-nos que já não trocam por nenhuma das outras! Isto deve-se à qualidade do produto, mas também ao conforto e eficiência. Os ângulos de corte na geometria são muito importantes”, conclui João Gomes.