Que cuidados tem no dia a dia para ter uma rotina mais sustentável?
Não sou extremista, mas há certos cuidados que tomo ou estou a começar a tomar em prol de pensar mais no ambiente. Reciclo em casa, evito ao máximo usar sacos de plástico nos supermercados, não compro fruta embalada porque não faz sentido, tenho um uso racional da água que gasto em casa. De facto, parecem gestos pequenos, mas, quando replicados ao longo de anos, e, idealmente, por cada vez mais pessoas, têm um efeito incrível no Planeta.

O que a levou a optar por uma alimentação vegetariana?
Uma vida animal é uma vida animal, seja a nossa ou a de qualquer outro. Acima de tudo, foi isto, o respeito que tenho pelos animais e as alternativas que consegui encontrar para substituir a carne, o peixe e o leite. Se elas existem, porque não adotá-las?

A alimentação saudável é uma aliada do ambiente?
Aqui, preciso de frisar um ponto. Ter uma alimentação vegetariana não quer dizer necessariamente que se tenha uma alimentação saudável, tal como ter uma alimentação com produtos animais na dieta não é sinónimo de uma alimentação pouco saudável. Mas, sim, claro que optar por produtos naturais e não processados é sempre uma escolha mais amiga do ambiente e do nosso próprio corpo. É juntar o útil ao agradável.

Como surgiu essa sua especial preocupação com o ambiente?
Tornei-me vegana há três anos, numa altura em que decidi dar um novo rumo à minha vida, e ter mais consciência do ambiente fez parte desse rumo. Tomei a decisão de que não preciso de proteína animal para viver e, ao fim deste tempo, todo tenho a certeza de que foi das melhores decisões da minha vida.

Qual foi a principal dificuldade em tentar ter uma vida mais amiga do ambiente?
Quando se faz uma grande alteração a nível de alimentação é normal que tenha de haver uma curva de habituação, e a proteína animal ocupa um grande espaço na dieta mediterrânica. Ao início ficava um pouco perdida, se calhar, por não conhecer tão bem as alternativas, mas foi apenas uma questão de tempo até me começar a habituar e a pensar de maneira diferente quando chegava à cozinha. Foi mudar o ‘chip’. Adoro cozinhar e já aprendi a fazer receitas deliciosas!

Faz reciclagem? De que forma e há quanto tempo?
Sim, reciclo há dez anos em casa, através da separação de materiais nos ecopontos, mas, acima de tudo, tento aplicar uma prática de reutilização de materiais, porque há várias embalagens que, por vezes, as pessoas usam e que acabam por ir para o lixo.

Tenta também influenciar quem a rodeia, não só família e amigos como os seus seguidores? De que forma?
Eu não sou extremista ao ponto de julgar ou de aliciar toda a gente à minha volta para se tornarem vegetarianos, porque isso é uma escolha que cabe a cada um fazer para se sentir bem consigo mesmo. Mas, quando me fazem perguntas ou demonstram interesse eu explico o meu processo e dou dicas sobre medidas que podem adotar na cozinha. Ainda não consegui transformar ninguém em vegetariano, até porque não é um objetivo meu, mas tive amigos e familiares a ficarem um pouco mais amigos do ambiente com uma ou outra dica minha!

Diga-nos três boas práticas das quais não abdica.

  • Não uso palhinhas de plástico;
  • Não compro fruta embalada;
  • Ando sempre com uma garrafa de água de vidro comigo.