16, Julho 2020
Joana Schenke: “Todos devem reciclar. É um dever cívico”
Pratica bodyboard desde os 13 anos e é
campeã nacional pela sexta vez consecutiva. Natural do Algarve, Joana Schenke cresceu
ligada à natureza, pelo que procura protegê-la com os pequenos gestos do dia a
dia.
Pratica bodyboard desde os 13 anos e é campeã nacional pela sexta vez consecutiva. Natural do Algarve, Joana Schenke cresceu ligada à natureza, pelo que procura protegê-la com os pequenos gestos do dia a dia.
Desde sempre esteve ligada ao mar e à
natureza, mas quando despertou para a problemática da poluição?
Eu cresci num ambiente
muito natural. A minha mãe também sempre teve uma visão muito amiga do ambiente
e eu cresci com esses valores; lembro-me de que em casa tivemos sempre esses
cuidados, não só com as embalagens como com o tipo de alimentos que
comprávamos. Depois, nos últimos anos, comecei a ver cada vez mais lixo na
praia e, à medida que, pelo mundo inteiro, se começou a falar mais desta
questão do plástico no oceano, comecei a ter a noção dos números e a ver o
resultado na “minha” praia.
Quais são as práticas mais sustentáveis
que adota diariamente?
Eu procuro reduzir na
compra de embalagens. Vejo o que é fundamental para mim e aquilo de que não
preciso tanto, tento reduzir ao máximo o consumo. Por exemplo, legumes e fruta tento
comprar no mercado, porque, assim, consigo levar o meu saco, e vir para casa sem
nenhuma embalagem. Também gosto de levar água para a praia numa garrafa
reutilizável. No dia a dia, este tipo de coisas faz muito efeito.

Separa as embalagens para reciclagem?
Desde quando?
Sim, claro. Acho que
sempre fiz. Em casa da minha mãe, quando era miúda, fazíamos sempre a separação
das embalagens e do lixo orgânico, que ia para o terreno. Desde que vivo
sozinha faço reciclagem de tudo também e já assim é há muitos anos.
Qual é a importância que a reciclagem
tem para si?
A reciclagem é
fundamental. Acho que é um dever de todos. Todos os consumidores devem reciclar
aquilo que compram. Acho que é um dever cívico, sinceramente. A reciclagem tem
um papel fundamental na resolução deste problema da poluição e do excesso de
plástico no oceano. Apesar de não resolver por completo, porque há coisas que
não podem ser recicladas, é um dos passos fundamentais, além de reduzir e
reutilizar.
Na hora de reciclar as embalagens, tem
dúvidas?
Para ser sincera tenho sim.
Mesmo já estando mais do que habituada a reciclar, há momentos em que penso
‘isto é para o papel ou para o plástico?’. Isto acontece-me principalmente
quando são embalagens que têm os dois materiais. Por exemplo, aqueles sacos do
supermercado que são de papel e de plástico.
O bodyboard e a sustentabilidade estão sempre de mãos dadas?
Nem sempre. A maior parte dos praticantes e todos os amantes do mar têm uma grande sensibilidade à sua proteção. Mas o material de bodyboard, as pranchas, os fatos, os pés de pato, não são propriamente sustentáveis. Não são recicláveis.
Que cuidados com o mar devem ter os
praticantes deste tipo de modalidades?
Proteger a praia começa
dentro de casa. O que fazemos fora da praia vai ter impacto no final. Portanto,
todos os pequenos gestos do dia a dia contam. Na praia, ainda vejo muitas
beatas na areia, o que é completamente inadmissível. Também vejo os parques de
estacionamento muito sujos, com plásticos e agora, mais recentemente, com
máscaras… Ou seja, acho que temos de ter muito mais cuidado quando visitamos um
sítio para não deixar nenhum rasto e quando vemos lixo devemos apanhar, mesmo
que não seja nosso. Isso é algo que qualquer pessoa pode fazer. Se todos o fizermos,
já estamos a limpar muito.
Com o projeto “Schenker School
Tour”, em que vai às escolas falar com os mais novos, qual é a principal
mensagem que pretende transmitir?
É uma iniciativa do Oceanário
de Lisboa e da Fundação Oceano Azul. A mensagem é muito simples; dou dicas do
dia a dia, mas a maior parte dos jovens já sabe, é uma mensagem que já conhecem,
o que falha, às vezes, é fazer. O que eu tento explicar é que quando fazem uma
coisa bem feita eles vão sentir-se melhores enquanto seres humanos. Podem ter
orgulho neles próprios por fazerem a coisa certa e protegerem o ambiente que é
deles. É inspirá-los a agir. Eles já sabem o que é preciso fazer, é preciso é
que façam, que sejam proativos entre os familiares e amigos e que não tenham
medo de ser os primeiros a fazer uma coisa bem feita.