Faz reciclagem?
Faço reciclagem há muitos anos, tendo preocupação com alguns, óbvios, objetos que necessitam de tratamento diferenciado. Vidro, eletrodomésticos, pilhas.

Como surgiu a sua especial preocupação com o ambiente?
Quem olha em volta e não gosta de lixo no chão, poluição atmosférica, descargas poluentes nos rios, objetos lançados para o chão como se a rua não fizesse parte da nossa casa comum tem de estar, naturalmente, preocupado. Imagine-se esta mudança radical de comportamentos que creio está a montante da separação dos lixos.

Que cuidados em geral tem para manter uma rotina sustentável na sua vida?
A minha alimentação tento que seja fundamentada em recursos de época adequada, desde fruta a legumes, evitando há muito comida processada e cozinhada com óleos pouco saudáveis. Tenho um carro a gás, muito menos poluente, porque ainda considero um exagero o preço praticado pelos carros elétricos. Assim que se tornarem justos, aderirei a este método de transporte. Sempre que as condições climatéricas se proporcionam viajo numa bicicleta elétrica.

É difícil conciliar as rotinas diárias, principalmente no trabalho, com as preocupações de sustentabilidade?
Tudo o que implica mudanças na vida tem um índice de adaptação gradual. Com equilíbrio e ponderação, sem radicalismos, tudo se consegue.

De que forma tenta transmitir estas boas práticas aos seus filhos? Acha  importante fazê-lo?
Eles vivem essa preocupação constantemente. Infelizmente, a atualidade empurrou-os para esta triste realidade, e são eles que agora nos despertam para detalhes onde podemos estar distraídos. Todo o cuidado é pouco porque a casa da humanidade está doente e eles têm consciência disso.

Sendo um apresentador de televisão, sente que, ao defender e praticar estas boas práticas, influencia, de algum modo, as pessoas que acompanham o seu trabalho?
A minha batalha mais recente prende-se com o desperdício alimentar, com a dieta desregulada dos portugueses, e com o desperdício de água. Repito-me, não se trata de proibir, porque as limitações à liberdade provocam-me sempre repúdio; o que é necessário é educar, alertar desde tenra idade para as alterações que se impõem. Politicamente, há muito a fazer, incentivando o consumo consciente, encontrando benefícios fiscais para que se possa assistir a uma mudança imperiosa. Qualquer figura pública deve, por princípio, tentar ser exemplar nos seus comportamentos. Eu não sou exceção.

Três boas práticas ambientais das quais nunca abdica.
Sempre que a minha vida profissional e pessoal me permite utilizo transportes públicos e ando a pé. Tento consumir alimentos da época correspondente, e sou alérgico ao desperdício alimentar e de água. Lixo no chão… NUNCA.