Faz parte da nova geração de atores de novelas e teatro. Anda “à boleia” de amigos, não hesita em comprar roupa em segunda mão e em casa faz separação de resíduos e tem uma mini horta biológica. Tudo a bem do ambiente.

Que cuidados, em geral, tem para manter uma rotina mais sustentável  na sua vida e como os concilia com o seu dia a dia?
Seja em trabalho ou quando tenho coisas combinadas com amigos, tento sempre agilizar as boleias. Como vamos para o mesmo sítio não há necessidade de levar um carro por pessoa e, assim, evitamos a emissão de gases poluentes.
Sendo fumadora, sempre que tenho oportunidade, levo comigo um cinzeiro portátil ou qualquer coisa que sirva para armazenar as beatas. Na circunstância de me esquecer de o levar guardo-as até encontrar o lixo mais próximo.
Outro cuidado que tento ter é em relação às roupas. A indústria extremamente consumista atrai-nos, cada vez mais, para o materialismo e o gasto desmedido de bens e recursos. Para tentar equilibrar esta situação, muitas vezes faço compras em lojas de 2.ª mão, onde se encontram peças incríveis a um preço muito acessível, além do facto de estarmos a reutilizar.

Em concreto faz separação de resíduos e reciclagem? De que forma?
Sim. Em casa fazemos a separação do lixo orgânico, do plástico/metais, papel e vidro, colocando-os depois nos respetivos ecopontos.
Sempre que possível, reutilizo os recipientes de vidro e de plástico. No caso dos de vidro, uso-os para armazenar novos produtos como massa, arroz, chá (entre outros). Os de plástico tento integrá-los no desenvolvimento da minha mini horta biológica (pratos de vaso, vasos, sistema rega gota-a-gota…).

Sente que as suas práticas ecológicas influenciam as pessoas à sua volta? Como?
Sinto isso, principalmente com os meus pais. Estes hábitos mais sustentáveis, apesar de não serem “world changing”, já contam a sua parte para diminuir a pegada ecológica de cada um de nós. Hoje, integramo-los na nossa vida, mas não faziam parte da nossa rotina, ainda mais da dos meus pais e vê-los ter uma nova abordagem na forma como tratam o desperdício e as soluções que encontram ao querer colmatá-lo torna-nos mais conscientes e criativos.
Sentir que descobrimos formas de tornar a nossa vida mais sustentável e ver essas atitudes implementadas na rotina familiar é já uma pequena/grande vitória.

Três práticas ambientais das quais nunca abdica.
Diariamente, tomo sempre duches rápidos, de forma a economizar o gasto de água, fechando a torneira quando a água não está a ser utilizada. Evito os banhos de imersão. Outra iniciativa é o reaproveitamento de resíduos orgânicos como borras de café, cascas de ovos e bananas para servirem de nutrientes às plantas. Depois de consumir os alimentos, deixa-se secar, no caso dos ovos e da banana desfaz-se o máximo possível para facilitar a absorção, e depois deita-se à terra. Esta forma de reutilizar e aproveitar os alimentos na sua totalidade faz com que não haja tanto desperdício e evita-se a aplicação de produtos artificiais nas plantas.
Curiosamente, como tenho dois porquinhos-da-índia, descobri que os seus dejetos – devido à sua alimentação ser só à base de verduras e sementes – são bons fertilizantes para a terra e, consequentemente, para as plantas.

O que a motivou a adotar essas práticas?
Viver num apartamento num prédio não me dá a possibilidade de fazer tudo o que gostaria para tornar a minha rotina 100% sustentável, mas, aos poucos e com pesquisa, vou aprendendo alguns hábitos que posso desenvolver.
Como tenho várias plantas de fruto e legumes tornou-se fácil arranjar motivação para integrar estas práticas no dia a dia, uma vez que, ao reaproveitar, os resultados eram rapidamente visíveis – ver o meu pequeno jardim a crescer nunca me tinha dado tanto gosto.