Ter um soutien que lhe desse conforto durante a maternidade foi o que motivou Inês Patrocínio a criar a Grow Maternity. A sustentabilidade é um dos pilares da marca, que, desde a escolha dos materiais até à distribuição das peças, tem o meio ambiente em conta. A RECICLA esteve à conversa com a criadora para ficar a conhecer o conceito, as características e os valores por trás da marca.

A Inês lançou, no ano passado, uma linha de roupa interior que conjuga o conforto com a sustentabilidade. Quais são as características que tornam as peças da Grow Maternity mais sustentáveis e por que decidiu que a sustentabilidade deveria estar presente?

A sustentabilidade tem sido uma preocupação da Grow desde o momento zero. Na verdade, o compromisso e o cuidado com a sustentabilidade estão presentes em todas as fases do processo – desde o design, confeção e materiais usados, até à escolha dos fornecedores e fábricas. Além disso, todo o processo de produção é feito em Portugal, o que nos permite garantir que o mesmo não é subcontratado a terceiros que possam não respeitar os nossos princípios e valores.

O nosso objetivo é construir relações a longo prazo, para continuar a trabalhar com empresas e produtores que partilhem desta visão.

Antes da criação da Grow Maternity, já havia questões ligadas à sustentabilidade que a preocupavam e a motivavam a agir de forma diferente? Quais e de que forma?

De certa forma sim, mas não em contexto empresarial. Creio que com a informação que temos hoje em dia é difícil ficar indiferente a tudo o que se está a passar no nosso planeta, e vejo grande parte da nossa geração a fazer pequenas mudanças na sua rotina.

Acredito que com a geração mais nova isso será (ou já está a ser) ainda mais forte e evidente. Falo principalmente de pequenas mudanças no dia a dia, como: evitar os sacos de plástico descartáveis, comer menos peixe e carne, desligar a água quando se lava os dentes, evitar o fast fashion, etc..

O que a fez despertar para uma maior consciência ambiental?

Eu cresci a ver os programas do David Attenborough, que sempre foi uma figura incontornável lá em casa. Acordávamos ao sábado de manhã e bebíamos todos os episódios sobre os sítios mais remotos e animais inacreditáveis. Talvez por isso me impressione sempre muito ouví-lo falar do tema e constatar como tanta coisa mudou desde aí.

Qual a ação mais sustentável de que não abdica no seu dia a dia?

Eu vivo no bairro do Restelo, onde cresci e onde tenho a minha família quase toda e o meu trabalho. Por isso, talvez a ação mais sustentável de todas ao fim e ao cabo seja o facto de me deslocar muito de bicicleta durante a semana.

E, no que se relaciona com a maternidade, conjugar esta vertente com os cuidados ambientais é fácil ou difícil? Porquê?

Para a Grow, não era fácil nem difícil, era essencial. A maternidade é uma viagem longa, que passa por tantos momentos, uns mais difíceis que outros. Era muito importante que os nossos soutiens também refletissem isso:  a durabilidade, a flexibilidade para acompanhar todos estes momentos, o conforto a longo prazo. Tudo isso nos dá confiança e evita que compremos mais, desnecessariamente. Basta termos aquelas peças-chave.

Reduzir, reutilizar e reciclar. Qual o R que usa mais e qual o último que utilizou?

Uso mais o reciclar, embora esteja a fazer um caminho para conseguir usar mais o reduzir. O último foi o reutilizar.

Qual é que considera ser o próximo passo a dar para “uma mudança verde” na sua vida?

Acredito na força das pequenas mudanças “realistas” na nossa rotina, e não em mudanças bruscas ou drásticas. Para mim, a chave está em saber adaptar a vida familiar e fazer o nosso melhor com aquilo que é possível, incutindo sempre esses hábitos aos nossos filhos, explicando o porquê.