12, Novembro 2021
Qual a pegada carbónica das beatas de cigarro?
Numa limpeza de praia, de jardim, ou numa simples atividade de recolha de lixo, é bastante comum encontrar pontas de cigarro. Quando são descartadas indevidamente, existe uma grande probabilidade de acabarem no mar ou num rio, contribuindo para a poluição hídrica. Mas, qual é o seu verdadeiro impacto?
Numa limpeza de praia, de jardim, ou numa simples atividade de recolha de lixo, é bastante comum encontrar pontas de cigarro. Quando são descartadas indevidamente, existe uma grande probabilidade de acabarem no mar ou num rio, contribuindo para a poluição hídrica. Mas, qual é o seu verdadeiro impacto?
Beatas de cigarro
Como são pequenas e muitas vezes se acredita que alguém as recolhe, há quem pense que atirar beatas de cigarro para o chão ou deixá-las no areal não constitui problema.
Mas, não é assim! Na realidade, há estudos que indicam que uma beata demora entre um a cinco anos a deteriorar-se. Sem falar que, como sabemos, as pontas de cigarro contêm substâncias tóxicas que contaminam os solos e as águas.
Monóxido de carbono, benzeno, cianeto, arsénico, acetona, chumbo, formaldeído, pesticidas, nicotina são apenas alguns dos componentes que se encontram num cigarro. Por sua vez, estes dissolvem-se na água e nos solos contribuindo para a sua poluição colocando em perigo diversas espécies.
Para ter uma dimensão do fenómeno, partilhamos o que o The Ocean Conservancy, um grupo norte-americano de defesa do ambiente, tem andado a fazer. Desde 1986 que realiza limpezas nas praias todos os anos, um pouco por todo o mundo. E garante que, nestes 35 anos, as pontas de cigarro são o resíduo mais encontrado nas praias: estima que já recolheu mais de 60 milhões de beatas, o que equivale a cerca de um terço de todos os itens recolhidos, mais do que embalagens de plástico, por exemplo.
As beatas são recicláveis?
Não. Apenas podem ser colocadas no lixo comum.
No entanto, dada a quantidade de beatas espalhadas um pouco por todo o lado e o reconhecimento dos efeitos nefastos que têm nos ecossistemas, são várias as iniciativas que têm surgido para colmatar o seu impacto pelos quatro cantos do mundo.
Em Portugal, como a RECICLA deu a conhecer, até já foram criados tijolos sustentáveis.
No Brasil, as organizações não governamentais que integram a Rede Papel Bicuta, nome pelo qual as pontas de cigarro são conhecidas, fazem a sua recolha seletiva e transformam-nas em papel, que depois é utilizado para produzir outros produtos mais ecológicos.
Do Canadá surge outro exemplo: indivíduos, grupos ou organizações podem juntar-se, recolher e enviar para a Cigarette Waste Brigade as beatas recolhidas. Já na empresa, as pontas de cigarro são subdivididas e cada componente segue o seu destino rumo à economia circular.
Agora que já sabe qual o impacto que uma pequena ponta de cigarro constitui para o ambiente, mantenha-se atento. Para evitar que o que sobrou do seu cigarro contribua para a poluição, assegure-se de que coloca a beata dentro do caixote do lixo ou que a guarda consigo até a poder depositar no sítio certo.