A Semana Europeia da Prevenção de Resíduos está de volta entre 19 e 27 de novembro. Este ano, o tema recai sobre os têxteis. Para que todos possam conhecer o impacto que esta indústria tem no planeta, naqueles dias haverá por toda a Europa ações que visam sensibilizar toda a gente para uma utilização de recursos mais sustentáveis.

Porquê reduzir o consumo de têxteis?

Considerada uma forma de expressão, a moda envolve um conjunto de processos que vão da criação das peças de vestuário aos desfiles, passando pela produção em larga escala e pelas vendas. Só na Europa, este setor emprega mais de 1,5 milhões de pessoas.

Mas e o outro lado da história? É precisamente sobre a forma como a roupa é produzida e como os têxteis são descartados que esta iniciativa europeia se centra.

Mais do que focar os impactos negativos da produção de têxteis, a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos pretende informar e inspirar ações que tragam mais circularidade a este setor.

A indústria têxtil é assim tão poluente?

A indústria de vestuário é uma das áreas mais poluentes do mundo e o impacto ambiental do setor é, portanto, elevado. A produção conduz à poluição hídrica, o transporte para venda gera emissão de gases com efeito estufa e o ciclo de vida termina com a incineração ou a deposição em aterros.

Para termos uma ideia do impacto da produção da nossa roupa olhemos para os dados:

  • Para fazer uma t-shirt são utilizados 2700 litros de água, o equivalente a 70 banhos.

(Fonte: Fashion Revolution 2017)

  • Produzir um par de calças de ganga, por sua vez, consome água suficiente para 285 banhos, isto é, entre 7 e 11 mil litros.

(Fonte: Fashion Revolution 2017)

  • Estima-se que por ano sejam libertadas 500 mil toneladas de microplásticos provenientes das lavagens da nossa roupa na máquina.

(Fonte: Ellen MacArthur Foundation, A New textiles economy. Redesigning fashion’s future, 2016.)

  • 4% da água potável do mundo é utilizada para produzir roupa;

(Fonte: Fashion Revolution 2017)

  • Hoje em dia, menos de 1% dos tecidos das nossas roupas são reciclados para produzir novas peças.

(Fonte: Ellen MacArthur Foundation, A New textiles economy. Redesigning fashion’s future, 2016.)

Sabia que em média, as pessoas compram 60% mais roupa do que há 15 anos e usam-na menos tempo? (*McKinsey & Co, Style that’s Sustainable: A new fast Fashion formula, Nathalie Remy, Eveline Speelman & Steven Swartz, 2016.)

Mudar é preciso, mas por onde começar?

  • Experimente procurar marcas empenhadas em produzir de forma mais sustentável. Por exemplo, que optem por materiais reciclados ou peles sintéticas. Escolha algodão orgânico ou com rótulo Ecolabel. Sabia que o algodão pode ser reutilizado através da reciclagem de calças de ganga?
  • Quando for comprar sapatos opte pelos que são feitos com materiais reciclados, como estes, por exemplo.
  • Opte por peças de roupa tingidas à base de plantas. Existem várias cores como ocre, verde pálido, cru ou castanho.
  • Aprenda e informe-se mais sobre a forma como são feitas as suas roupas. Antes de comprar questione quem as fez, como e em que condições.
  • Pode sempre experimentar comprar em segunda mão. Há vários sites de revenda, mas também pode fomentar a troca entre amigos e vizinhos.
  • Proteja e preserve a sua roupa pelo máximo tempo possível. Lave apenas a 30 ou 40 graus, use detergentes certificados, evite a limpeza a seco, seque a roupa ao ar livre e, sempre que possível, procure reparar e reaproveitar.

Faça parte desta iniciativa europeia. Entre os dias 19 e 27 de novembro, crie uma nova atividade neste âmbito ou participe numa das atividades já programadas.