28, Setembro 2021
Já é possível reciclar máscaras! Mas não no ecoponto amarelo
Finalmente chegou uma solução mais ecológica para as máscaras. Quer sejam cirúrgicas ou sociais, a TO BE GREEN encontrou várias soluções criativas e amigas do ambiente mesmo a tempo do Natal. Quer perceber melhor do que estamos a falar? A RECICLA explica-lhe tudo sobre a reciclagem das máscaras.
Finalmente chegou uma solução mais ecológica para as máscaras. Quer sejam cirúrgicas ou sociais, a TO BE GREEN encontrou várias soluções criativas e amigas do ambiente mesmo a tempo do Natal. Quer perceber melhor do que estamos a falar? A RECICLA explica-lhe tudo sobre a reciclagem das máscaras.
Na escola aprende-se a separar as embalagens e a colocá-las nos respetivos ecopontos. Mas, neste ano letivo, um pouco por todo o país, já vai ser possível para alunos e professores separar também as suas máscaras usadas.
A empresa TO BE GREEN, uma spin-off da Universidade do Minho, desenvolveu um programa de reciclagem de máscaras nas escolas que permite minimizar o impacto ambiental do seu uso e descarte.
“A ideia surgiu de um desafio lançado pelas câmaras municipais de Guimarães, da Covilhã e de Viseu, cujas comunidades educativas estavam a tentar encontrar uma solução para o novo resíduo nas escolas”, começa por dizer o CEO da empresa António Manuel Dinis.
Como funciona o processo de reciclagem das máscaras?
Tudo começa nas escolas, onde são instalados contentores de pedal para colocação das máscaras. Quando os contentores ficam cheios, os sacos são fechados e selados com um autocolante que indica local e data para que, de seguida, cumpra um rigoroso período de quarentena.
Findo este período, as máscaras cirúrgicas são separadas das sociais e das KN95, também conhecidas como bico de pato, que vão para um segundo lote.
De seguida, os lotes são pesados. António Dinis diz ser necessário agrupar sempre, pelo menos, 300 quilos de cada vez, isto é, mais de 100 mil máscaras.
Deste ponto, os dois lotes de máscaras usadas tomam rumos diferentes:
- As máscaras cirúrgicas, de polipropileno, são enviadas para uma unidade de processamento industrial, que as vai processar e transformar em pellets, ou seja, em pequenos grânulos, que são também matéria-prima para criar e produzir uma enorme diversidade de objetos.
- As outras máscaras são moídas pela TO BE GREEN e colocadas numa prensa para se transformarem em placas de polímeros. A empresa funde-as e transforma-as numa espécie de barra de plástico, cujo interior inclui todo o material misturado. O resultado são placas de plástico para produzir novos objetos.
Qual o rumo que a economia circular lhes dá?
Como o projeto teve arranque oficialmente na altura do Natal do ano passado, a empresa decidiu criar pequenos enfeites alusivos. Assim, da reciclagem das máscaras usadas, estão a surgir trenós, estrelas, árvores e flocos de neve para pendurar na árvore de Natal e enfeitar a casa.
Qual o futuro da reciclagem de têxteis?
Ciente de que em breve a utilização de máscaras poderá acabar, António Dinis explica que o importante é passar a mensagem da importância da economia circular: “A ideia, do ponto vista ambiental, é focar-nos nas escolas, porque queremos que isto seja uma história à cerca da circularidade; queremos comunicar às comunidades educativas que desde que separem os resíduos eles podem ser valorizados”.
Com esta iniciativa “fica montada uma estrutura e uma rede que nos permite separar os têxteis por tipologias e que, por sua vez, vai permitir pegar em alguns materiais, trabalhá-los e dar-lhes uma segunda vida após reciclagem”, conclui o CEO da empresa.
O objetivo é também preparar terreno para a recolha seletiva de têxteis que vai passar a ser obrigatória a partir de 1 de janeiro de 2025.
Quer saber mais sobre os ecopontos de roupa? Este artigo é para si.