Um pouco por todo o país, antigos caminhos agrícolas, velhos trilhos de pastores ou linhas de caminhos de ferro desativadas foram transformados em ecovias, ecopistas, corredores verdes ou passadiços, numa variedade de percursos pedestres e cicláveis a descobrir, de uma forma saudável e sustentável

NORTE

Ecovia do Lima

Ao todo, são quase 40 km ao longo das duas margens do rio Lima, numa série de percursos pedestres e cicláveis circulares que acompanham o curso do rio desde a montanha até à foz. A bicicleta é o transporte de eleição para a maioria dos que percorrem esta ecovia, constituída por cinco percursos. Um dos maiores e mais bonitos é o dos Açudes. Veigas, Lagoas, Refóios do Lima e Laranja são os restantes, a não perder também.

Passadiços do Paiva

Cada “viagem” é constituída por quase nove quilómetros de passadiços de madeira, a serpentear por árvores e rochas, por vezes literalmente suspensos em falésias ou sobre pequenos desfiladeiros, sempre ao longo da margem esquerda daquele que é considerado o rio mais selvagem de Portugal, o Paiva. Pode iniciar-se pela Espiunca, junto à praia fluvial, ou pelo Areinho. O troço considerado menos exigente a nível físico, bom para apreciar a paisagem sem grande esforço, é precisamente a parte inicial do sentido Areinho-Espiunca.

CENTRO

Ecopista do Dão

Desativada no final da década de 80, a Linha do Dão, que incluía a antiga ligação ferroviária entre Santa Comba Dão e Viseu, foi transformada, em 2011, na então batizada Ecopista do Dão. Com uma extensão total de 49 km, é a ecopista mais comprida de Portugal e, sem dúvida, uma das mais bonitas. 

Caminho do Xisto do Casal de São Simão

Encavalitada numa encosta sobre um imenso vale, Casal de São Simão é uma pequena aldeia do concelho de Figueiró dos Vinhos onde o casario de xisto se confunde com as fragas e serranias circundantes. É daqui que parte o Caminho do Xisto do Casal de São Simão – Descida às Fragas, um percurso circular onde em apenas 5 km se pode apreciar uma enorme diversidade de paisagens.

Rota dos Fósseis

O percurso, de apenas 3 km, percorre todo o desfiladeiro escavado pelo rio Pônsul, que cai em pequenas cascatas até acalmar numa convidativa piscina fluvial. Esta pequena rota assume-se, como uma viagem no tempo, até aos primórdios da vida, há 500 milhões de anos, ao longo de um dos principais tesouros do Geopark Naturtejo que tem atraído até Penha Garcia (Idanha-a-Nova) paleontólogos e cientistas de todo o mundo.

LISBOA E VALE DO TEJO

Parque Linear Ribeirinho Estuário do Tejo

A poucos quilómetros de Lisboa, o Parque Linear Ribeirinho Estuário do Tejo, no concelho de Vila Franca de Xira, é garantia de um dia bem passado à beira rio. Inclui parque de merendas, zona desportiva, trilhos pedonais e cicláveis, espaço multifuncional denominado “Praia dos Pescadores com 22 550m2. O parque contempla ainda um Centro de Interpretação Ambiental e da Paisagem e um Observatório de Aves.

SUL

Ecovia Litoral do Algarve

Do Cabo de São Vicente, em Sagres, ao rio Guadiana, em Vila Real de Santo António, a Ecovia Litoral do Algarve percorre toda a costa algarvia ao longo de mais de 200 km de via ciclável, por entre ciclovias preexistentes, estradas de tráfego misto com reduzido volume de circulação e percursos de Natureza em áreas protegidas, que revelam ao visitante todo o encanto desta região.

Rota Vicentina

Esta rota divide-se em dois percursos alternativos, o Trilho dos Pescadores, um single track percorrível apenas a pé, ao longo das falésias, com muita areia e por isso exigente do ponto de vista físico (125 km divididos por cinco etapas e quatro circuitos complementares) e o Caminho Histórico (230 km divididos por 12 etapas, percorrível a pé ou de BTT), que se cruzam em Porto Covo e Odeceixe, permitindo conhecer toda a riqueza cultural, paisagística e social de um dos mais bem preservados troços costeiros da Europa. Além disso, existem oito percursos circulares (Almograve, S. Luís, Troviscais, Santa Clara, Sabóia, Odeceixe, Bordeira e Carrapateira), curtos, com início e fim no mesmo local, num total de 89 km.

Via Algarviana

Entre o Guadiana e o Atlântico, esta grande rota pedestre une as duas fronteiras naturais do Algarve através do interior. Tem início em Alcoutim e termina no cabo de São Vicente, atravessando longitudinalmente a região ao longo de mais de 300 km, que compreendem 11 concelhos e 21 freguesias. Segundo a lenda, este caminho terá tido origem num antigo trilho religioso moçárabe, percorrido na Idade Média pelos peregrinos vindos do interior alentejano e algarvio em direção ao promontório de Sagres, onde foram encontradas as relíquias de São Vicente. Está segmentada em 14 troços de cerca de 14 a 30 km, cada.

AÇORES

Faial Costa a Costa

A primeira Grande Rota pedestre dos Açores conta com um total de 36 km e tem início junto ao Porto da Boca da Ribeira, na freguesia da Ribeirinha, cruzando a ilha de leste a oeste. Ao longo de cones vulcânicos, crateras, furnas e algares, acompanha a evolução geológica da ilha desde a erupção mais antiga até à mais recente, ocorrida em 1958, junto aos Capelinhos, na outra ponta da ilha. A partida é junto ao mar, pelo Atalho do Farol, prossegue-se até ao Farol da Ribeirinha, destruído pelo sismo de 1998 e de onde se avistam as vizinhas ilhas do Pico e São Jorge, descendo-se daí até à localidade de Ribeirinha. A partir daqui é sempre a subir, num trecho mais exigente do ponto de vista físico, até atingir o Atalho da Vila, um dos mais belos desta rota, que percorre depois a Área Protegida dos Charcos de Pedro Miguel. A enorme caldeira, com dois quilómetros de diâmetro e 400 metros de profundidade, marca o início da segunda etapa da Grande Rota.

MADEIRA

Vereda da Ilha

Este percurso pedestre de 8,2 km e cerca de três horas de duração caracteriza-se por um desnível de 1376 m entre a subida ao Pico Ruivo, o ponto mais alto da Madeira, e a longa descida até à freguesia da Ilha que atravessa dois ecossistemas: o maciço montanhoso central e a floresta indígena Laurissilva. As paisagens são de cortar a respiração para quem gosta de apreciar a natureza no seu estado puro.