Quando um restaurante se chama ERVA…

E se recebesse um convite para jantar no ERVA? O nome fá-lo-ia pensar logo em sustentabilidade? É bem provável, não é? E estaria certo, porque, neste espaço lisboeta, as práticas sustentáveis inspiram a cozinha. E não só…

Basta entrar para se perceber que o nome tem toda a razão de ser. É como entrar numa qualquer clareira da floresta. As paredes estão cobertas de plantas, formando verdadeiros jardins verticais que emolduram as madeiras escolhidas para conferir conforto e naturalidade a este restaurante localizado perto de Sete Rios.

E o verde é mesmo o símbolo de tudo o que ali acontece. A diretora do restaurante, Cheila Queirós, explica que a sustentabilidade é uma preocupação, concretizada, desde logo, na iluminação, exclusivamente LED, mas também na escolha dos equipamentos, com vista a minimizar o consumo energético. É o caso do forno Josper, onde são confecionados quase todos os pratos: uma vez que é alimentado a lenha, reduz, ao máximo, o recurso a outras fontes de energia, como o gás ou a eletricidade. Além de conferir um sabor muito próprio aos alimentos, o que é apresentado como um cartão de visita gastronómico.

O mesmo acontece com uma política de desperdício zero: no que toca aos produtos utilizados, a filosofia da equipa de cozinha envolve a sua utilização do princípio ao fim, aproveitando todos os elementos. O que é válido para os legumes, mas também para a carne e para o peixe. E para as ervas aromáticas, que enchem um carrinho visualmente apelativo na sala de refeições, mas que têm sempre como destino o que é servido à mesa, seja num prato, seja numa infusão, seja num cocktail. Deixá-las perecer é que não.

Restaurante Erva (1)

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E, a propósito de produtos, a escolha tem igualmente um ângulo sustentável, na medida em que são privilegiados os da época, num trabalho de proximidade com os produtores de modo a colher na época certa.

Ainda assim, não há cozinha em que não haja desperdício e a do ERVA não é exceção. O que fazer com ele? A resposta vai passar pela compostagem, de modo a que o lixo orgânico possa, depois, dar origem a fertilizante.

O que é já um dado adquirido é a separação de resíduos recicláveis: na área de serviço, os diferentes contentores estão alinhados sob uma lista com todos os materiais que devem ser colocados em cada um deles, não vá haver dúvidas…

O ERVA faz, pois, parte de um novo movimento da cozinha portuguesa, que é, acima de tudo, um movimento em prol da sustentabilidade. Só boas razões para entrar!

Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, 105, Lisboa, Tel. 217 236 313